Na década de 1990, quando a telefonia móvel era acessível a poucas pessoas, um outro meio de comunicação tornou-se bastante popular: os pagers. Para quem não se lembra (ou nunca ouviu falar), eram aparelhinhos usados para receber mensagens de texto e significaram um grande avanço nas comunicações sem fio. Para enviar uma mensagem a um pager, era preciso ligar para uma central de atendimento e ditar o recado a um atendente que digitava no sistema.

Os anos se passaram, a tecnologia evoluiu e hoje ninguém mais cogita usar um pager. Mas por que estou falando disso em uma aula que deveria falar sobre mesas proprietárias? Simples: assim como os pagers, as “props” já foram uma proposta muito interessante, mas hoje se tornaram obsoletas em seu modelo de negócio. Para entender esse contexto, vamos voltar para a época dos pagers e explicar o conceito das mesas proprietárias (ou props, mesas de traders, proprietary firms, etc).

Nos anos 90, a exemplo dos telefones celulares, a bolsa de valores ainda não era algo tão popular, mesmo nos EUA – berço dos maiores mercados financeiros do mundo. Foi no meio dessa década que se deu o início de um fenômeno chamado “desbancarização”, quando as pessoas perceberam que bons investimentos não se faziam por meio de bancos comerciais, mas, sim, em corretoras de valores ou em bancos de investimento. Paralelamente, o mundo vivia a revolução da internet, o que facilitou cada vez mais a entrada de “pessoas comuns” no universo dos investimentos financeiros, até então, restrito a grandes investidores e fundos de investimentos.