Profissão, Renda Extra ou Hobby?
Saiba que um trader (ou pessoas com tais habilidades e as devidas certificações) pode atuar em diversos cargos em corretoras de valores ou bancos de investimentos. Mas o foco aqui é o trader autônomo, ou seja, aquele que opera o próprio capital como forma de obter renda e nem sequer precisa de certificações para isso (apenas competência). Vale diferenciar o trader do investidor, pois este segundo normalmente trabalha com a visão de longo prazo, toma menos risco, enfrenta menor volatilidade patrimonial e atua com menor intensidade no mercado, de tal forma que seu capital pode até crescer independentemente de esforços diários.
Já o trader, só verá a geração de capital se atuar ativamente no mercado. Resumindo, o investidor pode passar uns dias longe do mercado e seu dinheiro continuará rendendo (lentamente, mas ainda assim progredindo, na maioria das vezes), enquanto o trader que decide tirar uns dias longe das telas já está ciente que seu capital de giro estará parado.
Então, será que realmente é possível viver disso? Sim, é plenamente possível, mas isso não quer dizer que seja simples chegar a essas condições. Aqui volto a repetir o que comento diariamente em aulas e transmissões ao vivo, que um trader autônomo precisa basicamente de três recursos: dinheiro, tempo e conhecimento. Esses recursos são como três pernas de uma mesa, ou seja, se faltar uma, a mesa não para em pé. Mas acredito que esta pergunta deva ser refeita para “por quê parece ser tão improvável viver de trading?”.
Agora, sim, posso dar uma explicação mais detalhada e apontar três motivos básicos pelos quais qualquer trader duvida das suas chances de sucesso durante a sua trajetória no mercado.
Constatação
Esse é o primeiro ponto e que provavelmente acaba desencadeando os outros dois seguintes. Imagine que você estudou as técnicas, conheceu bastante sobre o mercado, assistiu aos vídeos de traders operando, reservou um bom capital, contratou uma boa plataforma e já está há algumas semanas operando, porém, sem perceber evolução alguma. A bendita consistência simplesmente não vem, apesar de você estar dando seu máximo nessa atividade. Isso é motivo suficiente para duvidar da possibilidade de viver de trading como algo possível, até mesmo porque nós tendemos a depositar confiança demais em nós mesmos. Duvida disso?
Falo por experiência própria que, quando tomava um stop, ficava com uma sensação de que foi injusto (ou foi azar); por outro lado, quando acertava o trade, não cogitava muito sobre a possibilidade de ter sido sorte (o sentimento era de mérito). Portanto, quando enfrentamos sequenciais perdas no mercado, é bastante normal ficarmos com aquela sensação de “se eu não consegui, é difícil acreditar que outras pessoas consigam”. Pois é, somos peritos em fazer falsas constatações. Inclusive, a história da ciência é recheada de exemplos desse tipo.
Então, o que fazer? Simples, questione-se um pouco mais. Será que você domina seu repertório técnico completamente? Considera o seu plano de trade ajustado? Como saber se não há possibilidades ainda não exploradas por você? Consegue reconhecer em que ponto está errando? Enfim, a maioria das pessoas que passa por uma sabatina dessas (sendo sincera consigo) chega à conclusão de que ainda precisa se empenhar mais.
Estatística
Sempre “brota” uma pesquisa de mercado ou alguma matéria em um grande veículo de comunicação afirmando as baixíssimas chances de sucesso no trading. Infelizmente, tenho duas notícias ruins sobre isso. A primeira é que eu poderia, sim, criticar as metodologias das pesquisas ou as intenções capciosas por trás das matérias de revistas, jornais e sites em geral; porém, há um fato que não posso me esquecer: do ponto de vista estatístico, viver de trading é para poucos (5%, talvez 1%).
Mas a pior parte vem agora: seja lá qual for o rumo profissional que você quer tomar na sua vida, estatisticamente suas chances de sucesso serão tão pequenas, muitas vezes, até menores do que viver de trading.
Vamos a alguns exemplos: um jogador de futebol profissional ganha em média 4 salários mínimos e menos de 3% ganha mais do que R$50 mil (Folha, 04/05/2018); por três anos consecutivos, o Brasil fechou mais empresas do que abriu (IBGE, 2016); menos de 1% dos candidatos a medicina são aprovados (FUVEST, 2019); menos de 0,2% é a taxa de aprovação em concursos para a ABIN, Banco Central, Ministério público e Polícia Federal para salários de R$5 mil a R$15 mil; 81% dos brasileiros dependem exclusivamente do INSS para aposentadoria (Associação Brasileira de Educadores Financeiros, 2019). Essa lista vai longe.
Dentro de uma empresa de 100 funcionários, por exemplo, quantos realmente ocupam bons cargos de gerência ou diretoria? Em média 5, eu diria. E então, desanimador? Eu diria que não, por um simples detalhe: assim como no trading, fazer parte dessas estatísticas depende exclusivamente de cada um. Uma pessoa não passa em um grande concurso público por sorte e existe uma diferença imensa entre aquele que se preparou por meses (ou anos) e o candidato que “vai tentar a sorte” na prova.
Da mesma forma, existe uma grande diferença entre o trader que vive disso e a pessoa que coloca um trocado “só para brincar no mercado”. Portanto, saiba que não tem jeito, se você realmente quer viver desse negócio, chame a responsabilidade para si, esteja disposto a fazer sacrifícios e comece a se empenhar o suficiente para gerar resultados.
Redes sociais
É praticamente impossível imaginar a sociedade atual sem as redes sociais digitais. Elas mudaram nosso padrão de comportamento e consumo nos últimos anos, transformaram indústrias (publicidade e marketing, por exemplo) e alavancaram novos negócios e profissões (como e-commerces e digital influencers).
Contudo, embora muitos condenem as grandes redes sociais, eu as considero como ferramentas que podem tanto nos beneficiar, como prejudicar. As mesmas queixas surgiram quando os televisores se popularizaram. De fato, os programas de TV alienam a população, mas, ao mesmo tempo, os telejornais informam utilidades públicas referentes à saúde, à educação e ao cotidiano, em geral.
Portanto, a culpa não é da ferramenta em si, é nossa (pelo menos em relação ao que fazemos com essas ferramentas). Agora, voltemos ao contexto do trading em que você está levando uma surra do mercado, mas, ao entrar no Instagram, Facebook e YouTube se dá conta de que está todo mundo ganhando. Sabe qual é a conclusão imediata? Todo mundo está mentindo, e provavelmente isso seja real para boa parte das pessoas, pois, nas redes sociais, todos podem escolher que tipo de verdade querem revelar para o mundo.
Assim, de forma completamente involuntária, vivemos nos comparando nossos bastidores (repletos de falhas) com o palco das outras pessoas (onde tudo é perfeito). Então, se você quer blindar em relação a isso, preste atenção no seu próprio caminho e ignore o resto.
Lembre-se que ninguém ganha uma corrida olhando para os outros competidores, mas prestando atenção na sua própria direção e na pista. Outro ponto é que, por mais que você tenha interesse em atuar somente como um trader de curto prazo, e já sabendo que é possível, tenha em mente que esse caminho é muito árduo, então nunca deixe de "cultivar" investimentos de prazo maior, pois isso trará estabilidade financeira e principalmente emocional na sua jornada no mercado.
Muitos buscam começar como trader por falta de capital e, assim, querem usar a alavancagem a seu favor, mas, se você deseja prosperar nesse negócio, comece a se acostumar com a ideia de viver de mercado, em vez de viver somente de trading, pois, assim, o seu leque de oportunidades será muito mais amplo e a diversificação faz parte de uma boa estratégia de sucesso na renda variável.
Agora que você já tomou uma boa dose de “sobriedade”, concentre-se nos estudos e aperfeiçoe seu operacional. Tenha em mente que o trading é uma profissão de performance, ou seja, só tem "salário" quem gera resultados. É possível ser um empregado mediano (ou mesmo ruim) dentro de uma empresa ou órgão público e, ainda assim, ver o salário caindo na conta todo mês.
No trading, quem é mediano ou não gera resultados, pode não somente não ser remunerado como ter prejuízo no final do mês. Essa atividade requer muita disciplina e estudo constante, portanto, comprometa-se, tenha em mente que isso leva algum tempo para dar resultados e requer uma boa dose de resiliência.
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Publicação: 03/09/2020 20:00
Atualização: 01/10/2020 11:48