Imagine a seguinte situação:

Você é um empresário que fabrica produtos cujos componentes principais são importados. Tão logo você produza e venda aquilo que fabrica, você terá dinheiro a receber do exterior vindo de clientes seus que pagaram pelos produtos que você fabricou.

Agora imagina que entre a entrega do produto e o pagamento, ocorreu uma mega desvalorização do Dolar. Pense em como isso pode ser prejudicial para seus negócios. Afinal, você receberá os dólares que cobrou na venda, mas na hora que você for fazer a conversão para Reais, percebe que o Dolar caiu tanto que - em Reais, você teve prejuízo. Ou seja, você ganhou em Dolar mas teve prejuízo em Reais (tupo por conta da taxa de câmbio que desfavoreceu você e sua empresa).

Agora coloque-se no lugar de um importador. Ele compra itens dos EUA para revender aqui no Brasil. Imagine agora que o Dolar valorizou-se muito fortemente. O câmbio disparou e o Dolar foi para as alturas. Você então olha para o seu computador e percebe que sua dívida tornou-se impagável. Você até tinha os Reais necessários para comprar os dólares e pagar seus fornecedores, mas como o dólar subiu, seus Reais já não são mais suficientes para pagar a dívida em Dólar, tudo por conta da taxa de câmbio.

Saiba que este dilema afeta 100% das empresas que importam e 100% das que importam bens. E isto é um grande problema para todas elas.

Para resolver essas questões, as Bolsas de todo mundo negociam contratos futuros, ou seja, contratos que podem ser feitos hoje para liquidação futura. Eles não são ativos - quando você negocia um contrato futuro de Dolar, não há nenhum Dolar envolvido e você não poderá colocar suas mãos nas verdinhas. O que se negocia em Bolsa é a EXPECTATIVA de preços futuros, ou seja, negociamos o quanto o dolar poderá estar valendo no vencimento do contrato. Assim, quando você por exemplo precisar comprar dolares, você compra contratos futuros de dolar, pagando a cotação de hoje.

Vamos a um exemplo bem fácil de entender: você prometeu levar seus filhos ou sobrinhos à Disney no final do ano. E para isso você precisará de US$ 10 mil para despesas de viagem. Mas você tem receio de que o dolar suba muito e, às vésperas da viagem, você não consiga comprar os dez mil dólares.

Então, para proteger a sua viagem você compra contratos futuros de dólares (um nini contrato já dá, uma vez que ele vale exatamente US$ 10,000.00). Dessa forma quando chegar a época de viajar, você poderá vender seu contrato de mini dolar, e receber por ele a quantidade em Reais que precisa para comprar os dez mil dólares de fato.

Note que seu objetivo não era ganhar com a variação do ativo - você só queria garantir a viagem que prometeu a seus filhos. O contrato futuro então serviu como mecanismo de proteção (Hedge, em inglês) para você poder realizar sua transação.

Os contratos futuros foram criadas exatamente para isso: proteger pessoas jurídicas e pessoas físicas da flutuação dos preços de ativos financeiros e mercadorias. Não é a toa que os maiores mercados do mundo são os de contratos futuros. E tem contrato de tudo: Boi, milho, café, soja, etanol, banha de porco, crédito de carbono, dolar, Ien, Yuan, Rúpia, Rande, Minério de Ferro, Cobre, Platina, Paládio e inúmeros outros.

Esses contratos servem para proteger os fabricantes e empresas de crédito das variações dos preços no mercado. Para isso elas negociam esses contratos no mercado.

Entra em cena então os especuladores (ou traders) que negociam esses contratos em busca justamente das flutuações, porque é nelas que eles ganham dinheiro. Assim, produtores e especuladores agem em perfeita simbiose: os produtores precisam dos especuladores para poder comprar e vender contratos futuros, ou seja, precisam da liquidez oferecidas por esses agentes. E do outro lado, os especuladores precisam que existam pessoas e empresas interessadas nos contratos futuros para ficar comprando, vendendo e aferindo lucro dessas transações.


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Publicação: 01/12/2020 20:00
Atualização: 26/11/2020 10:49