O que são Fundos de Investimentos e Como Funcionam? (Guia 2022)
O que vamos discutir neste post?
- O que são fundos de investimento?
- Quais são os tipos de fundos de investimento?
- Como funcionam os fundos de investimento?
- Como escolher o melhor fundo de investimento?
- Como investir em fundos de investimento?
- Quais as vantagens de investir em fundos de investimentos?
- Qual o risco de se investir em fundos?
- Taxas e tributações do fundo de investimento
- Como declarar fundos de investimento no imposto de renda 2022?
- Dúvidas frequentes
- Conclusão
O que são fundos de investimento?
Os fundos de investimento são um tipo de aplicação coletiva, em que diversos investidores individuais confiam seu capital a um gestor profissional, para que ele se responsabilize por todas as decisões envolvendo investimentos e formação de portfólio.
Para que você entenda melhor, vou usar uma analogia:
Imagine que você e seus amigos querem fazer uma confraternização de final de ano, com futebol, churrasco, praia e muito mais.
Se você já passou por uma situação parecida, sabe que é muito mais fácil e organizado delegar a organização dessa celebração para um grupo menor de pessoas, e talvez até mesmo para um único amigo.
Dessa maneira, todos iriam transferir uma quantidade igual de dinheiro para esse amigo, que se responsabilizaria por encontrar o melhor lugar para o futebol, comprar todas as carnes e bebidas, e tudo mais.
Entender como essa dinâmica funciona é muito útil para compreender o que são fundos de investimentos, pois eles funcionam de maneira muito semelhante.
O amigo responsável pelas compras cumpre o papel do gestor profissional, enquanto os outros, ao confiarem seu capital a ele, cumprem o papel dos cotistas.
Entretanto, na dinâmica do mercado financeiro, esses cotistas esperam um retorno financeiro adequado às suas expectativas.
Simples, não é mesmo?
Esse tipo de investimento pode ser muito interessante para alguns perfis de investidores, pois proporciona muita praticidade e diversificação de uma só vez.
Não é necessário analisar todos os balanços de todas as companhias presentes na sua carteira, e muito menos se preocupar com escolha de novas ações.
O gestor do fundo já é responsável por tudo isso.
Ao comprar uma cota, você se torna imediatamente um acionista desse fundo, e tem direito – proporcionalmente à quantidade de cotas – à rentabilidade que o gestor conseguir alcançar.
Nos próximos tópicos, iremos adentrar em mais detalhes sobre esse tipo de investimento, para que você consiga verdadeiramente entender o que são fundos de investimento!
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Quais são os tipos de fundos de investimento?
Para entender o que são fundos de investimento, é necessário conhecer todos os tipos de fundos disponíveis para aplicações.
Eles são classificados de acordo com seu portfólio e objetivos. Vamos conferir.
Fundo de ações
Fundos de ações, como o próprio nome diz, são aqueles que possuem como principal objetivo o investimento em ações.
Para receber essa classificação, o fundo deve investir, no mínimo, 67% do seu patrimônio em ações da Bolsa de Valores.
E cabe ao gestor escolher qual estratégia será utilizada. O fundo pode focar em Blue Chips, Small Caps, ou qualquer outro tipo de ação.
Fundos cambiais
Fundos cambiais são compostos por investimentos em moeda estrangeira, a partir de títulos públicos de outros países e outros tipos de aplicações.
Esse tipo de fundo deve direcionar ao menos 80% de todo o seu patrimônio a aplicações em moeda estrangeira.
É uma opção muito interessante para investidores que desejam se proteger de eventuais variações cambiais.
Fundos de curto prazo
Os fundos de curto prazo funcionam de maneira um pouco diferente. Eles buscam lucrar com a variação das taxas de juros ao investir em títulos prefixados ou privados com baixíssimo risco de crédito.
Ou seja, sua rentabilidade está atrelada à taxa básica de juros (SELIC) ou ao CDI.
Como funcionam os fundos de investimento?
Como você já deve ter percebido, os fundos funcionam de uma maneira bem característica. Entender esse funcionamento é essencial para compreender perfeitamente o que são fundos de investimentos, e como eles se diferenciam de outros tipos de aplicações.
Vamos conferir sua estrutura.
Gestor
O gestor de um fundo de investimentos é a figura mais importante desse texto.
Ele é quem decidirá quais investimentos serão feitos, qual estratégia será adotada, o prazo da aplicação, e tudo mais.
E fique tranquilo: não é qualquer um que pode se tornar um gestor de fundos.
Para exercer essa função, o profissional deve ser devidamente registrado, aprovado e certificado pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
Isso garante segurança para o mercado e para todas as partes envolvidas nas negociações.
Administrador
O administrador é uma figura muito semelhante à do gestor, porém com uma simples diferença: o administrador – que normalmente é uma empresa ou um grupo – atua diariamente junto aos cotistas, divulgando informações, responsabilizando-se pelo cumprimento de todas as normas, entre outros aspectos.
Podemos dizer que, enquanto o gestor cuida da parte estratégica, os administradores cuidam da rotina do fundo.
Custodiante
O custodiante é uma empresa contratada para custodiar os ativos comprados pelo fundo.
Na maioria das vezes, o custodiante é o próprio administrador.
Essa instituição atua como intermediário entre os cotistas e a Bolsa de Valores.
Auditor
O auditor é responsável pela garantia do cumprimento das obrigações e das normas impostas pela CVM para o fundo.
Normalmente, a gestão do fundo contrata uma auditoria independente para garantir que o fundo está sendo bem gerido do ponto de vista legal, trazendo transparência e segurança aos cotistas.
Distribuidor
Os distribuidores nada mais são do que os bancos e corretoras que oferecem aos investidores as cotas de um fundo.
Como os fundos são produtos financeiros, precisam ser negociados no varejo, e, por esse motivo, a figura do distribuidor se torna necessária.
Como escolher o melhor fundo de investimento?
A primeira coisa que você deve fazer para escolher o melhor fundo de investimentos é descobrir o seu perfil de investidor.
Sem isso, é impossível seguir adiante. Se você não sabe seus objetivos e sua aversão ao risco, como decidirá em qual fundo aplicar seu dinheiro?
Com um simples teste suitability, esse passo já está resolvido. Com essa informação em mãos, agora você deve definir qual é o seu objetivo com esse investimento.
Quer se proteger da variação cambial? Quer preservar seu patrimônio para seus filhos? Ou deseja multiplicá-lo nos próximos anos?
Tudo isso irá definir as suas opções no mercado.
É o velho dilema entre Risco X Retorno. Alguns fundos lhe trarão menos risco, mas seu retorno também será menor. É o caso de alguns fundos multimercado, com rendimento levemente acima do CDI.
Mas, se deseja altos retornos, terá que lidar com riscos tão grandes quanto. Nesse caso, fundos de ações de crescimento podem ser uma boa opção.
Com tudo isso definido, é hora de avaliar todas as opções em mãos e definir sua escolha. Vamos entender quais aspectos observar na hora de tomar essa decisão.
Conheça os riscos do fundo
Conhecer os riscos do fundo é essencial e indispensável na hora de escolher onde aplicar seu capital. Para isso, você deve avaliar a volatilidade histórica do fundo.
Essa informação o ajudará a entender melhor o quão grande é o risco de determinado fundo.
Esse risco é medido via desvio-padrão (uma medida estatística). Quanto maior essa medida for, maior a volatilidade do fundo.
Mas fique tranquilo, não estamos na aula de estatística. Você não precisa calcular nada disso na mão.
Para o cálculo do risco dos fundos de investimentos, recomendo os seguintes sites:
- Comparador de Fundos de Investimentos - InvestNews
- Comparador de Investimentos: encontre a melhor opção
Na imagem a seguir, podemos ver, no primeiro link, o risco de um fundo qualquer em comparação com o CDI:
Observe os prazos de resgate
Observar os prazos de resgate é importante para o seu planejamento financeiro.
Se um fundo tem uma data de cotização de D+1, por exemplo, isso significa que, ao resgatar suas cotas, será considerado apenas o valor da cota um dia após seu pedido de resgate.
E como o mercado é volátil, esse valor pode ser maior ou menor do que o inicialmente planejado quando você realizou seu resgate.
Histórico do fundo de investimento
Estudar e entender o histórico do fundo que você deseja investir pode dar uma boa indicação da qualidade da gestão. Entretanto, tenha uma coisa bem clara na sua mente: rentabilidade passada não é garantia de resultados futuros.
Não é porque um fundo rendeu 30% no ano passado que ele repetirá sua performance novamente. Tudo pode acontecer – inclusive o completo oposto do esperado.
Analisar o histórico do fundo é importante, mas não é nada definitivo.
Vejo muitos investidores caindo no erro de olhar somente para a rentabilidade e se frustrando quando se deparam com a realidade… Isso ocorre, principalmente, quando se olha somente os últimos 12 meses. Para se ter uma análise da capacidade do gestor, é importante olhar pelo menos 36 meses para trás.
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Como investir em fundos de investimento?
Agora que você já entendeu o que são fundos de investimentos, chegou a hora de descobrir como investir neles!
E a resposta provavelmente é mais simples do que você esperava…
Basta criar sua conta em uma corretora de sua confiança – que ofereça fundos de investimentos em sua plataforma –, transferir o capital para essa conta, abrir o seu Home Broker e procurar pelo fundo que você deseja!
Lembre-se que, para isso, você já deverá ter feito todo o trabalho de análise de fundos que discutimos no tópico anterior.
Simples, não é mesmo?
Quais as vantagens de se investir em fundos de investimentos?
Se você entendeu o que são fundos de investimentos, ficará bem fácil entender quais as principais vantagens de se investir nesse tipo de aplicação.
Vamos conferir as 3 principais vantagens que esse investimento pode lhe proporcionar.
Liquidez
A liquidez dos fundos já é sabida antes de se investir nos mesmos. É possível ver opções com resgate mais rápido (D+0 ou D+1) e opções com resgates mais longos, como D+30, D+60, D+180…
Ex: D = o dia de pedido de resgate. Isso quer dizer que um fundo com resgate D+30, vai devolver o dinheiro do cliente em 30 dias depois do pedido de resgate.
Ou seja, a liquidez dependerá do fundo investido.
Estamos falando de fundos abertos neste artigo, então nem vou comentar sobre os fundos fechados que podem ser negociados em bolsa. Isso é matéria para um outro artigo.
Praticidade
A praticidade que os fundos proporcionam é simplesmente fantástica.
Ao investir em fundos, você não precisa avaliar cada um dos ativos em que irá investir.
Isso exigiria muito tempo e capacidade técnica. Você teria que analisar os principais riscos que o ativo está envolvido, balanços financeiros, capacidade de pagamento, para decidir se continua ou não o investimento.
Ao aplicar em fundos, você não precisa se preocupar com isso. O gestor terá todo esse trabalho.
Diversificação
A diversificação é uma das principais vantagens dos fundos de investimento.
Ao confiar o portfólio nas mãos de um bom gestor, você pode, com apenas uma cota, se expôr a mercados de todos os tipos, países e segmentos.
Ou seja, você terá acesso a uma carteira bem diversificada de uma só vez!
Isso o protegerá de muitos dos principais riscos do mercado, pois seu risco total estará diluído na sua carteira.
Se um dos papéis do portfólio do fundo sofrer uma grande desvalorização, a carteira como um todo não será tão afetada, pois os outros ativos podem compensar esse movimento.
Qual o risco de se investir em fundos?
Assim como todo investimento, os fundos de investimento também trazem alguns riscos.
Vamos entender os 3 principais, para que não seja pego desprevenido.
Risco de mercado
O risco de mercado é presente em todos os fundos, e se baseia na possibilidade de o gestor não conseguir atingir seus objetivos.
Isso pode acontecer por diversos motivos: desde simples erros de estratégia até os mais inesperados e imprevisíveis movimentos do mercado como um todo. Tudo pode acontecer.
Essas situações compõem o que chamamos de risco de mercado.
Risco de crédito
O risco de crédito é, basicamente, o risco de o fundo não pagar os seus investidores de volta. Isso pode acontecer por conta de falhas no fluxo de caixa da empresa, por exemplo.
Entretanto, não é um risco muito presente hoje em dia. Apesar de, teoricamente, existir, não deve assustá-lo.
Risco de liquidez
O risco de liquidez é a possibilidade de que o investidor perca dinheiro por não poder negociar suas cotas no mercado de capitais no momento em que deseja.
Como falamos anteriormente, os fundos têm um tempo de resgate explícito, que pode ser de 1 dia, 30 dias, 2 meses, e por aí vai.
Caso o investidor deseje resgatar seu dinheiro e vender suas cotas de um fundo, o gestor vai poder escolher o melhor momento para não afetar a estratégia do fundo, principalmente se for um fundo com resgate em 30 dias.
Um tempo de resgate maior ajuda o fundo a se programar.
Taxas e tributações do fundo de investimento
Se você entendeu o que são fundos de investimentos, já deve ter compreendido que, por ele ser gerido por gestores profissionais, deve haver algum custo que serve como remuneração a esses administradores.
E esse custo se dá na forma de taxas, como veremos a seguir:
Taxa de saída
A taxa de saída é sempre cobrada sobre o capital total investido.
Você só vai pagar essa taxa se quiser vender suas cotas antes do prazo determinado pelo fundo. Caso as negocie no prazo inicialmente estabelecido, a taxa de saída não será cobrada.
Taxa de performance
A taxa de performance é cobrada quando o gestor consegue superar o benchmark estabelecido.
Se, por exemplo, o benchmark de determinado Fundo era o Ibovespa, e o gestor consegue um desempenho superior ao índice, ele pode receber uma taxa de performance pelos bons resultados.
Taxa de administração
A taxa de administração está sempre presente. Ela existe para remunerar o gestor e os operadores dos Fundos, e costuma ser cobrada sobre o patrimônio total.
Ou seja, essa taxa serve para custear todos os serviços prestados pelos administradores e gestores do Fundo.
Como declarar Fundos de investimento no imposto de renda 2022?
Achou que o leão da Receita Federal o deixaria em paz ao investir em Fundos? Infelizmente, tenho que avisar que isso não passa de uma ilusão…
Assim como a maioria dos investimentos, os Fundos também exigem que você declare e pague alguns impostos. As alíquotas variam bastante de acordo com o tipo de Fundo e com o tempo de permanência.
Os Fundos de ações, por exemplo, têm uma alíquota fixa de 15% sobre o rendimento bruto, independentemente do tempo de permanência.
Os outros Fundos, por outro lado, seguem a seguinte tabela regressiva:
- Até 180 dias: alíquota de 22,5%;
- De 181 a 360 dias: alíquota de 20%;
- De 361 a 720 dias: alíquota de 17,5%;
- Acima de 170 dias: 15%.
- Conteúdo relacionado: Imposto de Renda Day Trade 2022: como declarar e pagar.
Dúvidas frequentes
É normal que ainda existam algumas dúvidas sobre o que são Fundos de investimentos, então vamos tratar de resolver as mais recorrentes.
PL de Fundo de investimento: o que significa?
O PL de um Fundo de investimento nada mais é do que o patrimônio líquido de um Fundo, ou seja, a quantidade de dinheiro que ele tem sob custódia.
Esse patrimônio dependerá do tamanho e da popularidade do Fundo, podendo chegar até a ter dezenas de bilhões de dólares sob custódia, como alguns grandes Fundos.
Renda fixa ou variável: qual a melhor para investir?
A resposta é simples: depende do seu perfil, das suas circunstâncias e dos seus objetivos.
A renda fixa costuma ser um investimento mais seguro, mas com uma rentabilidade potencialmente menor que a renda variável no longo prazo.
Para investidores que buscam preservar seu patrimônio e não correr muitos riscos, Fundos de renda fixa podem ser opções interessantes. Entretanto, se seu objetivo for a rentabilidade de longo prazo, os Fundos de renda variável saem na frente.
Mas tenha em mente que, ao aplicar seu dinheiro em renda variável, também está concordando com um risco proporcional à sua possibilidade de retorno.
Cotas de Fundo de investimento: o que são?
Uma cota nada mais é do que um pedaço da participação total do Fundo.
Ao comprar uma cota, é como se você tivesse pagando para fazer parte do Fundo, dando seu capital ao gestor, e recebendo em troca a possibilidade de lucrar com a rentabilidade do Fundo.
A grosso modo, é como se um cotista fosse um acionista desse Fundo, mas sem poder algum de decisão – este está todo nas mãos do gestor.
Conclusão
Se você chegou até aqui, já deve ter entendido o que são Fundos de investimentos, como funcionam e se são investimentos interessantes para o seu portfólio.
Se você está atrás de praticidade e diversificação, essa aplicação pode ser uma opção muito interessante. Entretanto, lembre-se de uma coisa:
Rentabilidade passada não é garantia de resultados futuros!
Já falei isso uma vez nesse post, mas não custa nada repetir.
Não caia nessa armadilha. Se for virar cotista de um Fundo, avalie todos os pontos importantes, e não apenas os resultados. E, para avaliar tudo isso, é muito importante que você tenha uma base de conhecimentos sobre o mercado financeiro que possibilite entender o que você encontrar.
E para aprender toda essa base sobre investimentos, trading, ações, e muito mais, acesse já a Área Aprenda do Portal do Trader, e tenha acesso a dezenas de cursos gratuitos sobre os temas mais importantes do mercado!
Espero que esse post tenha sido útil. Nos vemos na próxima!