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Stop Loss: o que é, como usar e estratégias práticas [GUIA COMPLETO]

Você sabe o que é Stop Loss? O conceito não é novidade para a maioria dos traders, contudo, existem muitas dúvidas sobre o assunto. Por isso, hoje vou abordar o tema sobre todas as óticas possíveis.

Trader Iniciante Abr 13, 2021

Afinal, o que é stop loss?

O stop loss, também conhecido apenas como stop ou loss, nada mais é do que um limite de perda estabelecido previamente, antes de iniciar a operação.

Ele pode ser estabelecido de diversas formas sobre operações individuais, mas seu conceito também pode ser estendido para uma modalidade operacional, apurando a soma de resultados de múltiplas operações em um certo período.

Como veremos ao longo das próximas linhas, esse conceito pode ser explorado de múltiplas formas, dependendo das técnicas empregadas, das preferências do trader e até da modalidade e do ativo em questão.

Mas, independentemente do que você adotar em seu operacional, o objetivo é apenas um: estabelecer um limite para as perdas financeiras.

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Qual é a importância do stop loss para os investimentos?

Quando lidamos com a renda variável, é importante ter uma coisa em mente: não existe investimento livre de risco.

Portanto, independentemente da perfeição da sua análise, jamais subestime a possibilidade de as coisas darem errado.

Por isso, todo trader precisa se questionar: quanto estou disposto a perder?

Não é uma pergunta fácil de se responder, pois, desde pequenos, não somos educados a lidar com perdas; então, o sentimento imediato é que nunca estamos dispostos a perder nada.

E é aí que começa a dificuldade da questão.

Não raramente, o mercado prova que estamos errados; assim, além da perda financeira, somos obrigados a enfrentar um forte sentimento de frustração.

Contudo, se não impusermos um limite, os danos podem ser irreversíveis, por isso o Stop Loss é indispensável.

O Stop Loss é uma medida de precaução. Ele não está lá para evitar que o prejuízo aconteça, mas, sim, para minimizar os danos em casos de perdas.

É como um capacete: você espera nunca precisar usar, mas, caso seja necessário, é bom que ele esteja lá.

Assim como um capacete, o papel do Stop é limitar os danos.
Assim como um capacete, o papel do Stop é limitar os danos.

Não é fácil lidar com perdas, mas atrás de todo retorno, há um risco. Então, por mais doloroso que seja aturar um prejuízo na operação, tenha em mente que o Stop Loss fere o ego, mas preserva o bolso.

Como as estratégias de Stop Loss funcionam?

Em uma tradução literal, Stop Loss significa parar a perda; então, a ideia é bem simples, pois consiste em encerrar uma operação no prejuízo – o que é ruim, claro – mas evitando que a situação possa ficar pior ainda.

A forma como a operação é executada fica a critério de cada trader. Muitos operam manualmente, mas alguns preferem execuções automáticas, justamente para não correrem o risco de serem traídos por suas próprias reações.

Então, por exemplo, se você comprou um ativo e sua cotação caiu abaixo do preço de entrada, é preciso vendê-lo em algum momento, antes que o prejuízo fique maior ainda.

Ou, se você vendeu um ativo e a cotação subiu acima da sua entrada, é preciso recomprá-lo para a situação não piorar.

É claro que se passa pela cabeça de todo trader, especialmente o iniciante, o fato de que o preço pode voltar e se tornar favorável; contudo, não se pode amargar um prejuízo de forma indefinida. Por isso, é importante estabelecer limites.

Além disso, existe também a possibilidade de os preços se moverem contrariamente e nunca mais voltarem; então, o trader não pode hesitar na hora de interromper uma perda, por mais incômoda que seja.

Sendo assim, como dimensionar o Stop Loss?

Como devem ser feitas as ordens do Stop Loss corretamente?

Um dos maiores receios dos traders é sair no Stop Loss e, logo em seguida, ver o movimento reverter para o lado que deveria ir inicialmente.

Aliás, essa sensação induz muitos operadores a se autossabotarem e segurarem prejuízos na esperança de que eles voltem. Jamais faça isso!

Esse movimento de as cotações oscilarem o suficiente para acionar o Stop Loss e voltarem em seguida é comum e costuma deixar "cicatrizes" nas memórias de todo trader

Inclusive, elas são chamadas de violinadas, em referência ao movimento de vai-vem do arco do violino.

O violino ou violinada é um termo bastante comum no universo trader.
O violino ou violinada é um termo bastante comum no universo trader.

Por isso, a seguir, veremos alguns critérios importantes para que você possa dimensionar o melhor possível os seus stops e evitar os "violinos".

Contudo, já antecipo que, eventualmente, você pode se deparar com as violinadas, pois são inevitáveis e fazem parte do jogo.

Stop curto vs. longo

A dimensão de um Stop Loss é sempre um dilema que exige muitos critérios técnicos, pois, se é muito curto, será acionado com muita frequência, mas, se for muito longo, a perda financeira pode ser dolorosa.

Além disso, especialmente em operações curtas, o Stop Loss costuma ter uma relação com o gain (objetivos da operação); então, stops longos implicam gains longos também – consequentemente, mais difíceis de serem atingidos. Não há solução fácil!

Proporção Gain vs. Loss

A proporção de quanto você almeja ganhar em relação a quanto aceita perder em cada operação não é uma conta simples, mas, para ficar mais claro, vamos simular algumas situações:

  • Gain curto, Loss curto – operações muito curtas podem sofrer com a volatilidade natural do mercado, tornando o resultado final aleatório. Então, para lidar com isso, é preciso refinar técnicas específicas para essas situações, como reduzir os timeframes gráficos, por exemplo. Para o caso de scalping, a questão é mais específica ainda; então, sugiro ler nesse artigo sobre Scalper Trader.
  • Gain curto, Loss longo – essa proporção pode animar a princípio, pois a taxa de acerto tende a ser maior nesses casos; contudo, essa métrica pode encobrir uma série de falhas operacionais e estratégicas, resultando em prejuízo. Isso acontece porque, apesar da soma de inúmeros ganhos pequenos, uma única perda maior pode superar todos os gains.
  • Gain longo, Loss longo – são operações longas; em geral, quanto maior o prazo, sofrem menos com oscilações e volatilidades intermediárias. Por outro lado, para quem ainda está se desenvolvendo, leva-se mais tempo para perceber se está certo ou errado; então, o aprendizado e o desenvolvimento de soluções pode ser mais lento.
  • Gain longo, Loss curto – esse é o melhor dos mundos, afinal, quem não quer buscar ganhos maiores que as perdas? O problema é que Stops mais curtos tendem a baixar as taxas de acerto e, por mais que a estratégia dê bons resultados, muitos traders não se sentem à vontade em errar mais do que acertar, ainda que a soma financeira final seja positiva. Por isso, para muitos que adotam essa proporção, o maior desafio é melhorar a taxa de acerto e/ou lidar com um número elevado de stops.

É importante ressaltar que não há certo e errado na escolha da proporção entre seu objetivo e o Stop Loss.

Todas as possibilidades têm prós e contras; então, é preciso equilíbrio e cabe a cada trader testar e decidir o que funciona melhor para ele.

Dimensionar um stop loss requer equilíbrio.
Dimensionar um Stop Loss requer equilíbrio.

Também é importante salientar que a proporção do Gain x Loss pode variar de acordo com a situação.

Eu, por exemplo, em trades contra a tendência, busco objetivos menores ou iguais (em relação ao Stop Loss), já em operações a favor da tendência, busco objetivos maiores que o Stop.

Ainda temos as situações em que a proporção Gain x Loss é indefinida, pois o objetivo e/ou o Stop da operação são móveis e dependem de critérios dinâmicos, que variam durante o trade.

Veremos alguns desses mecanismos mais adiante.

Stop Integral ou fracionado?

Outra questão que interfere diretamente nas estratégias de Stop Loss é se a entrada e a saída das operações será feita de forma integral – ou seja, executada com uma única ordem –  ou fracionada em diversas execuções.

Sabemos que, em caso de posições muito grandes, normalmente executadas por Big Players, as ordens são fracionadas, pois não há liquidez para entradas e saídas em uma única execução.

Então, neste caso, não é uma questão de escolha ou preferência.

Já em operações de varejo, embora a liquidez muitas vezes permita execuções únicas, alguns traders preferem fracionar suas ordens por uma questão de gestão de risco, psicológica ou disponibilidade de margens em suas contas.

Um exemplo é quando se abre uma posição para durar alguns dias, mas parte dela precisa ser zerada ainda na primeira sessão, pois não há margem financeira para “carregar” essa operação inteira.

Outro exemplo é quando um trader está confiante na sua operação, mas se sente desconfortável por estar muito “pesado” nela; então, encerra uma parte como uma medida de gestão de risco (e conforto psicológico).

Assim como os demais tópicos anteriores, a decisão sobre como conduzir essa estratégia requer estudo e testes até encontrar um equilíbrio em relação ao que funciona para cada um.

Na maioria das vezes, não existe uma fórmula pronta e tudo depende de fatores individuais.

Sete estratégias de Stop Loss para se aplicar:

Agora que entendemos alguns conceitos básicos, podemos partir para estratégias mais específicas que podem ser trabalhadas de maneira isolada ou combinadas entre si.

Aqui veremos que muitas das estratégias de Stop Loss dependem diretamente da técnica utilizada e isso já facilita bastante a tomada de decisão do trader na hora de executar suas operações.

Stop Fixo

Muito utilizado em operações de curto prazo, o Stop Loss Fixo consiste em estabelecer previamente o quanto você aceita perder, seja através de um valor financeiro, variação percentual ou cotação (em pontos ou centavos).

É uma maneira simples de definir um limite de perda, mas como pode ser dimensionado?

Alguns traders, especialmente no início, definem esses limites em cima de um valor que julgam ser razoável para seu bolso.

Apesar de ser uma medida subjetiva, ela pode dar início a outras formas mais elaboradas, baseadas em técnicas quantitativas e estatísticas, mas que necessitam de histórico operacional prévio.

No vídeo a seguir, extraído dessa aula do Plano TNT, Leo Rodrigues explica um pouco melhor esse formato de stop.

Também é bastante comum o Stop Loss Fixo ser definido por indicadores técnicos ou padrões gráficos, como veremos a seguir.

Stop Gráfico

A Análise Técnica, baseada em padrões gráficos e/ou indicadores estatísticos, costuma apresentar uma solução completa para as estratégias no trading, incluindo o ponto de entrada, objetivos e Stop Loss.

Por isso, é a preferida de muitos traders.

Caso queira aprender mais sobre o assunto, conheça o Curso Gratuito de Análise Técnica do Portal do Trader, ministrado por Marcos Moore – um experiente trader profissional.

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As estratégias provenientes dos estudos gráficos permitem que o trader trabalhe com operações nas mais diversas modalidades (curto, médio e longo prazo) e variados ativos financeiros.

Nesse caso, o tamanho do Stop costuma ser autorregulado, uma vez que a amplitude dos padrões varia de acordo com a volatilidade do ativo e o timeframe adotado no gráfico.

Contexto

Muitas vezes, a decisão de entrar em uma operação é movida pelo contexto. Por exemplo, pela Análise Fundamentalista (que é baseada sobretudo nos estudos dos balanços das empresas), descobrimos que uma ação está sendo negociada abaixo de seu valor justo (calculado a partir de seu fluxo de caixa).

Outro exemplo seria uma operação de compra baseada na leitura de fluxo dos negócios, apontando para a pressão de alta.

Em ambos os casos, note que a decisão é movida por um momento (um contexto) e a questão do timing é importante para o sucesso da operação.

Não existe um rompimento de um preço para acionar o trade como ocorre na análise gráfica.

Agora, o que você faria se o contexto mudasse após o seu ingresso na operação?

O que faria se a companhia que você gosta fosse severamente impactada por uma mudança legislativa/administrativa, ou o fluxo de negócios a seu favor cessasse/revertesse?

Por isso, em casos em que a nossa operação foi motivada por um certo contexto, faz sentido considerar um stop baseado no mesmo princípio.

Contudo, é claro que nada nos impede de usarmos ou combinarmos outros tipos de Stop em uma mesma operação.

Tempo Operacional

Os estudos gráficos geralmente levam em consideração a escala de preços; contudo, não podemos nos esquecer da escala de tempo e que muitas operações possuem uma estimativa de duração média.

Então, será que vale a pena permanecer indefinidamente em um trade?

No caso da análise fundamentalista, também existe uma estimativa de prazo para as coisas acontecerem, baseada em projeções fornecidas pela própria empresa, por exemplo, além de questões macroeconômicas.

Se as evoluções não acontecem no seu tempo, pode ser um sinal para encerrar a posição na ação.

Em outro exemplo, muitos traders estudam sua própria performance, especialmente quando esta é uniforme, e assim obtêm a duração média de suas operações vencedoras.

Com esse dado em mãos, muitas vezes, não faz sentido continuar posicionado por tempo indeterminado.

Além disso, eu já passei por situações em que estava em uma certa operação que simplesmente parou de oscilar.

Enquanto meu dinheiro e atenção estavam “empacados” ali, diversas outras oportunidades davam sinais em outros ativos e teria valido a pena encerrar o trade inicial.

Quanto tempo você ficaria numa operação que não dá resultados?
Quanto tempo você ficaria numa operação que não dá resultados?

Então, por todos os motivos citados  (e talvez alguns outros que não me lembre no momento), recomendo que todo trader estabeleça um limite de tempo para permanecer em suas operações.

Os prazos dependem muito da técnica e das características da operação feita; por isso, devem ser pensados caso a caso.

Móvel

Nas operações mais longas, especialmente aquelas com foco em surfar tendências, podendo ter duração indefinida, não faz sentido ter um stop estático. Por isso, surgiram diversos termos, indicadores e técnicas para definir stops móveis.

Então, para você se familiarizar melhor com a questão, separei alguns termos bastante comuns nesse contexto:

  • Traling Stop – podemos dizer que é o sinônimo de stop móvel e pode ser aplicado de diversas formas, com execuções automáticas ou manuais, baseado em técnicas ou indicadores.
  • Auto breakeven – consiste em mover o stop para o ponto de entrada após a operação avançar favoravelmente até um certo ponto ou algum tempo após a entrada. Pode ser executado manual ou automaticamente e a ideia básica é que uma operação uma vez positiva, não corra o risco de ser convertida em perda.
  • Drawdown – é um limite máximo de queda, no caso de movimentos de alta, admitido a partir do maior topo num movimento tendencial (de alta). O mesmo conceito se aplica em tendências de queda. A ideia básica é permanecer no trade enquanto este estiver se beneficiando da tendência.
  • Loss from top – em uma tradução literal, significa perda a partir do topo e se assemelha muito ao conceito do drawdown. Contudo, em vez de focar em um trade específico, é aplicado na gestão do resultado de múltiplas operações somadas, sejam intradiárias ou em um outro período qualquer. Por exemplo, você fez uma série de operações de day trade que somam R$2 mil, mas se perder 30% disso, você para de operar neste dia. Nesse caso, seu loss from top é de 30%, mas também poderia ser definido por um valor financeiro.

Vale frisar que o conceito de stop móvel se aplica bem em situações de tendência ou valores cumulativos.

Inclusive, em alguns casos a operação não possui um objetivo e sua saída se baseia apenas no stop móvel.

Contudo, ele não faz muito sentido em operações muito curtas, como o scalping trade.

Modalidade

Muitas vezes, podemos ficar tão determinados a seguir um caminho específico que não paramos para pensar que seria muito melhor estabelecer um limite de insucesso para mudar o rumo para algo que poderia dar mais resultados.

Contudo, no mercado, a teimosia tem um preço (bem alto).

Vejo isso acontecer com alguma frequência no day trade e outras modalidades de curto prazo.

A pessoa segue tentando ter sucesso naquele caminho, mas, sem progresso, acaba perdendo muito do seu tempo, saúde emocional e dinheiro. Então, até quando persistir?

No trading, metas e objetivos são essenciais para guiar seus passos.

Para estes casos, é essencial definir critérios para um stop na modalidade.

O que pode ajudar bastante nisso é o uso de um trading plan, ou seja, um planejamento operacional com metas e prazos de evolução.

Assim, se o trader não cumpre etapas intermediárias de evolução, o que garante que ele mudará a situação?

Se quiser saber mais sobre o assunto, separei aqui uma aula perfeita para você: qual a utilidade do Trading Plan e por que eu tenho que fazer um?

Tenha em mente que existe uma grande diferença entre o teimoso e o persistente.

Enquanto os teimosos focam no caminho para atingir seus objetivos, os persistentes focam no objetivo e se permitem total flexibilidade para mudar o caminho quantas vezes for necessário.

Sete limites de perda por período

Para day traders, scalpers e demais operadores de curto prazo, além do stop loss individual de cada operação, é importante estabelecer limites de perda financeira para o dia, semana ou, até mesmo, o mês.

Faz sentido para você?

A ideia básica é evitar que uma série de stops de operações individuais, somadas, resulte em uma grande perda financeira, por mais que o trader tenha sido disciplinado em suas atuações.

Mas como calcular esses limites de perda por período?

Existem diversas formas de se calcular isso, normalmente relacionadas com as metas financeiras diárias.

No meu caso, por exemplo, tomo por base uma média de resultados dos dias recentes. É importante estabelecer parâmetros dinâmicos.

Essa foi a forma que encontrei de estabelecer metas diárias e limites de perda baseados na minha própria performance, e não em características que independem de mim, como o comportamento do mercado.

Portanto, se estou indo bem, faz sentido poder tomar mais risco e tolerar perdas maiores. Mas, se estou indo mal, é mandatório reduzir o ritmo e conter as perdas o máximo que puder.

Qual a diferença entre stop loss, stop gain e stop móvel?

Stop, em uma tradução livre, significa parar. No trading, podemos considerar parar a operação tanto em um momento de perda, como de ganho.

Portanto, embora o stop normalmente esteja associado à perda (no trade), a palavra não significa necessariamente um prejuízo.

Como pudemos ver até agora, o stop loss é um limite de perda máxima admitida em uma dada operação, enquanto o stop gain é um sinônimo de objetivo para o trade (também chamado de profit-taking, take profit ou simplesmente take, em alguns casos).

O stop móvel remete a técnicas que consistem em movimentar o stop loss a favor de movimentos, geralmente tendenciais, então, neste caso, a saída da operação pode se dar com lucro ou prejuízo, dependendo do momento em que ocorre.

Cinco erros a serem evitados no stop loss

A definição de um stop loss para operações pode ser bem complexa, dependendo dos critérios envolvidos, mas, além da parte técnica, ainda é preciso tomar cuidado com uma série de armadilhas comportamentais. Sabia disso?

Nós humanos, apesar de nos apoiarmos na lógica das coisas, somos constantemente impelidos a agir de acordo com nossos sentimentos e isso nem sempre resulta na melhor atitude. Por isso, vou citar 5 erros técnicos e comportamentais que você deve evitar em suas estratégias de stop loss.

1 - Não estabelecer o stop previamente

É de suma importância que você estabeleça seu stop loss antes mesmo de entrar na operação ou, pelo menos, tenha claro para você os critérios para o “plano B”, no caso da operação não correr como se espera.

Mas qual o motivo disso?

Se você deixar para tomar decisões no calor do momento, com urgência, às vezes sob forte pressão emocional, existe uma grande chance desta decisão ser ruim.

Por isso, é importante se antecipar e pensar o trade antes de sua execução.

Você planeja seus trades com antecedência?

Uma vez que já estamos dentro da operação, a nossa visão se torna extremamente enviesada, ainda que inconscientemente.

Então, em vez de pensarmos em função da operação, somos tentados a buscar maneiras de evitar ou reverter a perda.

Portanto, procure se beneficiar da sua total lucidez e imparcialidade, enquanto você ainda não entrou na operação, e estabeleça todos os critérios do seu stop loss previamente.

2 - Autossabotagem

Todos nós somos tentados a evitar o sofrimento a todo custo, ainda que racionalmente alguns sofrimentos existam para evitar dores maiores.

Muitas vezes, esse processo é uma batalha travada entre o nosso consciente e o subconsciente. Mas como lidar com isso?

A forma mais eficiente de lidar com esses dilemas é desenvolver a disciplina; contudo, o que parece fácil de explicar na teoria, pode ser uma tarefa hercúlea na prática.

Então, antes vamos entender no que consiste a disciplina?

Na prática, a disciplina consiste em fazer o que deveríamos em vez de fazer o que gostaríamos. Mas, se fosse fácil transformar a disciplina em hábito, o mundo teria menos obesos, alcoólatras, sedentários e viciados de todo tipo, não é mesmo?

Ser disciplinado significa vencer uma batalha interna em que a sua força de vontade supera a sua melhor desculpa. Então, se quiser saber mais sobre o assunto, recomendo a aula: como desenvolver disciplina.

3 - Preço médio

Infelizmente, muitas pessoas encaram o mercado financeiro como um cassino regularizado no Brasil.

Inclusive, muitos traders inexperientes “importam” técnicas do universo das apostas, como é o caso do Martingale. Você já ouviu falar disso?

Basicamente, consiste em aumentar a sua posição em uma situação de perda, trazendo o preço médio de entrada para mais perto da cotação mais recente.

Assim, em um eventual retorno dos preços, é possível sair da operação sem prejuízos ou, até mesmo, com um pequeno lucro.

Intuitivamente, parece uma ótima solução, mas o problema é que, no mercado financeiro, o dinheiro do investidor costuma se deteriorar muito antes de ele aguentar uma sequência longa de perdas

Então, apesar de alimentar boas esperanças, o preço médio costuma ter um efeito final desastroso.

Alguns riscos, por menores que sejam, podem ser fatais.

Na prática, quem faz preço médio pode ganhar com alguma frequência ou empatar, eventualmente.

Raramente vai perder, mas, quando isso ocorrer, será com uma posição tão pesada que vai implicar em prejuízos desproporcionais, talvez fatais.

Por isso, jamais caia na tentação de fazer preços médios.

4 - Rever o stop durante a operação

Já comentei sobre o problema de não estabelecer o stop loss previamente, certo? Acontece que alguns traders (principalmente os iniciantes) até chegam a definir seus limites de perda antes do trade, mas, em cima da hora, já dentro da operação, mudam o stop de lugar. Isso é um erro!

Nesse caso, o efeito é o mesmo de não estabelecer um stop, previamente ou pior, pode ser um sinal de autossabotagem.

Então, neste caso, o operador tem um problema comportamental para lidar. Mas será que existe alguma situação em que cabe mudar o stop no meio da operação?

É verdade que os parâmetros podem mudar no meio do trade, exigindo reajustes tanto nos pontos de stop gain como stop loss.

Contudo, o trader que muda o stop no meio da operação precisa ter boa maturidade para fazer isso com base em medidas técnicas, e não emocionais.

Então, via de regra, é importante seguir fielmente os parâmetros iniciais e não procurar mudar as decisões no meio do jogo.

5 - Stop com virada de mão

O stop com virada de mão consiste em encerrar uma posição e abrir outra no sentido contrário.

A ideia básica é que, se o trader foi “atropelado” por uma tendência, pode aproveitar este mesmo movimento para recuperar o que perdeu e, quem sabe, até lucrar.

Parece perfeito na teoria, mas, na prática, acontece muito de o trader tomar dois stops seguidos, abalando tanto o seu bolso como o seu emocional.

Então, tenha em mente que esta estratégia pode ser válida, sim; porém, se aplica em casos muito específicos.

Muitas vezes a pior perda de stops consecutivos não é financeira, mas emocional.
Muitas vezes, a pior perda de stops consecutivos não é financeira, mas emocional.

Eu, por exemplo, só considero stops com virada de mão quando estou trabalhando em pontos que chamo de “divisores de águas” – geralmente suportes e resistências que tendem a ser respeitados, mas, uma vez rompidos, acionam intensos movimentos direcionais.

De modo geral, para quem é iniciante, recomendo não considerar essa estratégia, pois, além do dinheiro, ela custa algo muito mais valioso para quem está começando: saúde emocional.

Por fim, como usar o stop loss de forma segura?

Para mim, as boas operações são fruto de leitura e interpretação do mercado, seguidas por uma execução precisa, é claro.

Isso vale, inclusive, para quando as coisas não vão bem e o stop loss é acionado. Contudo, isso requer uma certa experiência, então, como ficam os iniciantes?

Para quem está começando, é importante desenvolver bons hábitos operacionais. O refinamento técnico demanda algum tempo, mas, enquanto essa frente amadurece, o trader pode se dedicar a fortalecer a sua disciplina.

Como fazer isso de forma prática?

É possível estabelecer setups totalmente objetivos e focar em executar a estratégia à risca. Para aqueles que ainda não lidam bem com a disciplina, uma alternativa é automatizar as execuções.

Contudo, em relação a automações, tenho um alerta importante!

O uso de robôs nas operações não livra nenhum trader da responsabilidade de desenvolver disciplina, pois, cedo ou tarde, os resultados aparecem e o operador vai ter que enfrentar seus fantasmas.

Então, pense na automatização como um recurso, e não uma fuga.

Para finalizar, já que estamos falando de segurança, vale ressaltar que, mesmo que seu comportamento seja exímio, ainda existe o risco de falha operacional – um bug na plataforma, queda da internet, atraso nas execuções, defeito na sua máquina, problemas na corretora ou bolsa de valores.

Portanto, evite operar no seu limite financeiro, assim você previne perdas maiores do que consegue suportar.

Um dos principais motivos de perdas exageradas, especialmente para quem opera no curto prazo, é a alavancagem excessiva.

Seguindo as recomendações apresentadas, você protegerá tanto o seu stop, como as eventuais situações em que ele falhar.

Por que você aprenderá as melhores estratégias de stop loss no Portal do Trader

O stop loss não é uma estratégia isolada e específica, ou seja, não estamos falando de um macete que traz uma solução única e universal, para todo tipo de situação.

Então, quando se fala dessa ciência sobre perdas, nos referimos  ao trading como um todo.

O trading não é uma atividade exata, em que uma mesma solução se aplica a tudo e a todos.

Pelo contrário, as escolhas de ativos, modalidades e, por fim, estratégias, variam muito de uma pessoa para outra, pois isso depende de características pessoais.

Então, por sermos todos tão diferentes, a melhor maneira de nos desenvolvermos é aproveitando a nossa individualidade e sendo expostos a diversos exemplos e referências. É neste ponto que o Portal do Trader se diferencia de qualquer outro canal educacional.

Enquanto muitos traders presentes na internet e nas redes sociais se apoiam em sua individualidade – restringindo técnicas, modalidades e ativos – com a promessa de que seu talento pode ser replicado, o Portal trabalha com um time de 8 mentores oferecendo variedade e profundidade técnica.

Sabemos que talento é algo que não se copia, desenvolve-se.

Por isso, o foco do Portal do Trader está em fornecer variedade de ferramentas para que, a partir delas, os traders em desenvolvimento possam criar seu próprio repertório técnico.

Quanto maior a sua variedade de ferramentas, mais problemas você consegue resolver.
Quanto maior a sua variedade de ferramentas, mais problemas você consegue resolver.

E para você entender melhor como isso é possível, listo a seguir os principais atributos do Portal do Trader:

Cursos gratuitos sobre diversos temas do mundo trader, compostos por:

  • Vídeos explicativos, com exemplos.
  • Textos de apoio com referências complementares.
  • Testes de conhecimento sobre o tema abordado.
  • Espaço para dúvidas individuais sobre o tema abordado.

Área ao vivo com transmissões diárias, notícias e agenda de dados macroeconômicos.

Um plano educacional acessível e completo para a formação de traders profissionais.

Blog com os artigos mais completos do mercado brasileiro (como este que você está lendo neste momento).

Então, se você busca qualquer solução sobre stop loss ou relacionada ao trading em geral, é bem provável que encontre as melhores respostas dentro do Portal do Trader.

Dúvidas frequentes

Muitas das pessoas que chegam até aqui já possuem uma boa noção do que é o stop loss.

Por isso, que tal irmos direto ao ponto e responder algumas das dúvidas mais frequentes de forma objetiva?

Como calcular o stop loss?

O cálculo do stop varia muito de acordo com a técnica aplicada, mas, levando em consideração que a maioria dos traders usa algum tipo de análise gráfica, podemos apontar alguns parâmetros em comum na maior parte dos padrões:

  • Figuras de reversão – nos casos de topos e fundos duplos, ombro-cabeça-ombro, topos e fundos arredondados etc., o stop costuma ser posicionado nos topos, para os trades de venda, e fundos para as operações de compra.
  • Figuras de continuidade – em casos de pivôs de alta ou baixa, bandeiras ou flâmulas, sempre temos pontos de suporte e resistência que definem essas figuras. Então, nesses casos, o stop pode ser posicionado no sentido oposto ao ponto de entrada.
  • Padrões de candle – muitas das figuras gráficas citadas têm seu acionamento confirmado por um candle. Além disso, existem inúmeros padrões de candles, como harami, engolfo, shooting star, martelo, etc. Na maioria desses casos, usamos o candle de acionamento tanto para definir a entrada, como o stop (na extremidade do candle oposta à entrada).
Exemplos de padrões gráficos e seus respectivos stops
Exemplos de padrões gráficos e seus respectivos stops

Claro que os parâmetros apresentados consideram o posicionamento inicial dos stops, mas estes podem obedecer a regras de stop móvel conforme a operação se desenvolver.

Também vale considerar que os posicionamentos podem sofrer variações conforme preferências do trader.

Por exemplo, alguns usam o pavio do candle como referência, outros, o fechamento ou a abertura do candle seguinte.

Não podemos nos esquecer de outras estratégias de stop, por exemplo, atreladas à análise fundamentalista ou tape reading.

Reforço que apresentei aqui apenas alguns dos apontamentos mais básicos e existem muitas outras formas de cálculo de stop.

Qual stop loss ideal?

Geralmente, o stop loss ideal está diretamente ligado à tática adotada para tomar a decisão de entrada na operação, seja ela através de padrões gráficos ou técnicas que exploram o contexto, como é o caso da análise macro, análise fundamentalista ou tape reading.

De qualquer forma, aqui vão umas dicas que eu mesmo uso para dimensionar meus stops de acordo com a situação:

  • Movimentos tendenciais – use stop móvel, muitas vezes, como único ponto de saída da operação (sem stop gain).
  • Movimento de correção (contratendência) – use stop curto (às vezes, fixo), na maioria das vezes, na mesma proporção do stop gain.
  • Padrões a favor da tendência (mas não necessariamente dentro de movimentos tendenciais) – use stop curto, mas com o objetivo da operação mais longo que o stop loss.

Vale ressaltar que encontrar o stop ideal exige um trabalho contínuo de prática, pois depende de muitas variáveis provenientes tanto do mercado, como do próprio trader.

O que é stop loss no IQ Option?

É bem provável que muitos dos conceitos de stop loss abordados neste texto não se apliquem às opções binárias e às operações através da Iq Option, pois, apesar de elas remeterem a muitos pontos do mercado financeiro, trata-se, na verdade, de apostas on-line.

Resumindo essa questão, tanto as binárias como a Iq Option atuam ilegalmente no Brasil e constituem armadilhas perigosas aos nossos investidores.

Se quiser saber mais sobre o assunto, leia este artigo sobre opções Binárias.

Conclusão

Existem inúmeras estratégias de stop loss para os mais diversos perfis de traders e tipos de operação.

A escolha das estratégias ideais dependerá muito das táticas empregadas, além do próprio perfil do trader.

Independentemente do seu perfil comportamental, do que você opera e como toma suas decisões, uma coisa é fato: não é possível prosperar neste mercado sem considerar o stop loss da operação, pois não existe trade à prova de perdas.

Então, saiba que, por mais perfeita que seja a sua análise, a operação pode não se desenvolver da maneira como você gostaria.

Por isso, tenha sempre o “plano B” (um stop loss bem definido) antes mesmo de entrar na operação. Como já mencionado neste texto, o stop fere o ego, mas preserva o bolso!

Até o próximo post!

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Caio Sasaki

Especialista em Fluxo e Tape Reading e uma das maiores referências do mundo trader no Brasil.

Espero que você aprenda com esse artigo.

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