O livro "Sun Tzu – A Arte da Guerra" tornou-se um clássico no meio corporativo e livro de cabeceira de muitos empresários e executivos que, em seu trabalho, têm que lidar com a competitividade no dia-a-dia.
Sun Tzu foi um general chinês que viveu durante o século 6 a.C. que, a partir de sua experiência, definiu um conjunto de conceitos fundamentais sobre estratégia, tática e liderança que continuam válidos até os dias atuais.
Embora o trading não se passe propriamente em um campo de batalha, o sucesso de qualquer pessoa que atue nessa profissão depende em grande parte da elaboração e da execução de uma estratégia eficaz.
Isso se dá porque, como se sabe, nenhuma tática, técnica ou operação será capaz de trazer os melhores resultados sem um trabalho anterior de planejamento estratégico.
E estratégia nada mais é do que o conjunto de objetivos, metas, planos e diretrizes para que se possa construir o futuro vislumbrado. A estratégia tem um compromisso direto com a ação que contempla a ideia de onde se está e o que é necessário fazer para alcançar o ponto onde se quer chegar.
Como em uma viagem, a estratégia é todo estudo e preparação que a antecede, e a tática é a execução do percurso em si.
Embora muitos prefiram começar pela parte tática, que é a parte mais visível e mais fácil de se executar, essa forma de iniciar o aprendizado profissional é um erro que poderá acarretar sérias consequências ao aspirante a trader, tanto do ponto de vista financeiro como também afetando negativamente questões mais sensíveis, como a autoestima e a crença na própria capacidade.
Iniciar os estudos do trading por esse caminho é algo bastante comum – a maioria começa por aí mesmo. Entretanto, quanto antes o aspirante a trader perceber que não é exclusivamente a técnica a responsável pelo seu desempenho, mais rapidamente será capaz de tomar o caminho correto para a consistência.
Tape Reading, setups, indicadores, stops, tudo isso está no universo da tática e são conhecimentos que estão ao alcance de qualquer um que se disponha a estudá-los. Alguns, na ânsia de encurtarem o caminho, acabam tentando copiar as técnicas utilizadas por traders de sucesso.
No entanto, ainda que tentemos copiar com precisão as técnicas de uma determinada pessoa, raramente seremos capazes de reproduzir seus resultados. Isso ocorre porque as estratégias, as perspectivas, as situações pessoais, os objetivos e o modo de pensar serão distintos para cada um.
Por isso que de nada adianta copiar a estratégia de alguém, porque ali estarão incluídos elementos e variáveis únicas para aquela pessoa e que, por acaso, não serão as suas.
Assim, é fundamental que o trader iniciante busque o quanto antes tomar consciência da importância de desenvolver a sua própria estratégia.
A pressa, no caso dessa profissão, será sempre sua maior inimiga. Aprender tudo o que é necessário, transformar-se interiormente, treinar, praticar e condicionar-se mentalmente são atividades que levam meses ou, até mesmo, anos para serem dominadas. Poderíamos até dizer que, na profissão de trader, a pressa é muito mais que inimiga da perfeição – ela simplesmente aniquilará a carreira no nascedouro.
Mas, assim como ocorre em todas as instâncias em que a estratégia é utilizada, ela não é algo definitivo. Um plano estratégico deve passar por um trabalho contínuo de revisão, monitoramento e ajuste. E deve ser assim porque todos os seus componentes são dinâmicos e, portanto, sujeitos à mudança.
Desde a mudança psicológica causada pelo acúmulo da experiência, passando pelas condições materiais e patrimoniais do trader, percepção das mudanças na dinâmica do mercado e o constante estudo, companheiro eterno de todo trader, tudo isso muda com frequência, obrigando o trader a rever e realinhar seu plano estratégico segundo novas premissas.
Estratégia é algo que não se copia – principalmente porque está ligada a seu jeito próprio de operar, ao seu DNA Operacional.
Por essas razões, o desenvolvimento da carreira de um trader profissional, seja ele institucional ou de varejo, é lento, penoso e depende de variáveis determinantes, como paciência, tolerância a risco, disponibilidade de capital e de tempo, nível de conhecimento técnico, situação patrimonial e objetivos de vida.
O trader que alcançar esse grau de consciência em relação às demandas de sua profissão, já terá meio caminho andado rumo ao sucesso profissional.