Fundos Imobiliários (FIIs): Um Guia Completo e Prático
Neste guia você vai entender exatamente porque fundos imobiliários (FIIs) são uma modalidade de ativos negociados em bolsa tão importante. Vou explicar os diferentes tipos de fundos, como funcionam e um passo a passo para investir na prática...
Aí você me pergunta: mas Edu, estou interessado em trading e você me vem falando sobre Fundos Imobiliários?
E minha resposta é, sim, e isso tem uma explicação fundamental para a sua vida.
Day trading é um trabalho, e é um trabalho como outro qualquer, ou seja, o dinheiro só cai na sua conta se você trabalhar.
Quando, por algum motivo, você desejar ou precisar parar de trabalhar, o dinheiro para de entrar. E, como você precisa pagar as contas, imagine o resultado depois de alguns anos com o dinheiro só saindo e não entrando.
Pois é, você terá que fazer igual a qualquer trabalhador consciente e responsável com si mesmo e sua família: guardar uma parte do que ganha para quando se aposentar (você não vai conseguir aguentar o estresse do day trade todos os dias quando estiver bem mais velho).
E é exatamente por isso que eu gostaria de mostrar a você os Fundos Imobiliários (FIIs): uma forma bastante tranquila e segura de não apenas alocar o dinheiro poupado como de obter uma renda passiva que poderá pagar todas as suas contas – e ainda sobrará dinheiro – a partir do momento em que você diminuir o ritmo de trabalho, podendo, até mesmo, parar de uma vez.
A estratégia para isso é de uma simplicidade absurda: escolha bons FIIs, faça aportes mensalmente e reinvista os dividendos.
Essa estratégia provocará o crescimento exponencial do seu dinheiro e gerará uma renda passiva perene e inesgotável.
Se você gostou da ideia, falo mais sobre isso nesta aula aberta sobre Fundos Imobiliários do Plano TNT:
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O que são Fundos Imobiliários (FIIs)?
Agora que você já entendeu para que servem os FIIs, vamos entender o que é um fundo imobiliário.
Como o nome sugere, é um Fundo de Investimento – não é um ativo como uma ação – e como tal, é composto de um patrimônio que está alocado em imóveis.
Imagine que eu, você e um monte de gente juntamos dinheiro e contratamos um administrador para comprar imóveis e alugá-los. Só que faremos isso através de um Fundo de Investimento.
O valor patrimonial do Fundo é dividido em cotas que poderão ser negociadas em Bolsa, ou seja, se eu não faço parte do Fundo, simplesmente posso ir no Home Broker da minha Corretora, ou mesmo na plataforma gráfica, digitar o código do Fundo e comprar quantas cotas eu quiser com o dinheiro que tenho disponível para isso.
Portanto, um Fundo de Investimento Imobiliário é uma comunhão de recursos destinados à aplicação em empreendimentos imobiliários.
O FII é constituído sob a forma de um condomínio fechado, sendo dividido em cotas, que representam parcelas ideais do seu patrimônio.
Quando você investe em fundos imobiliários, está, na verdade, investindo em imóveis, só que com bem menos dinheiro do que precisaria para comprar um imóvel inteiro só para você.
Outra vantagem é que esses Fundos possuem imóveis nos melhores endereços do país, que normalmente se valorizam, o que fará aumentar o valor da cota do Fundo ao qual esses imóveis pertencem.
É seguro investir em Fundos Imobiliários?
Como um FII compra imóveis, eles serão propriedade do Fundo, ou seja, terão escritura em nome do Fundo.
Isso significa que, mesmo que um Fundo deixe de existir, os imóveis ainda estarão lá e poderão ser vendidos, e o dinheiro resultante da venda, dividido entre os cotistas.
E, como pela Lei Brasileira e com base na regulação da CVM, um FII não pode ter dívidas, na prática, isso significa que um FII jamais quebrará, porque, além de não dever nada a ninguém, ainda existem os imóveis para vender e dividir o dinheiro com todos os cotistas.
Como funciona o investimento em Fundos Imobiliários?
Existem algumas entidades envolvidas nesse negócio: o Fundo, seus gestores e administradores (que não precisam ser a mesma empresa), e o investidor.
O Fundo, como dissemos, captará dinheiro de investidores (qualquer investidor, não precisa ser cotista), vendendo cotas desse fundo segundo um planejamento de investimento previamente feito.
Esse evento chama-se “emissão de cotas” e qualquer um de nós poderá comprar essas contas diretamente no site da corretora.
Captado o recurso, o administrador do Fundo comprará o(s) imóvel(eis) que já têm em vista. Os imóveis serão alugados e o dinheiro recebido servirá para pagar os custos do administrador, reservas de emergência e os custos da gestão dos imóveis.
Do lucro líquido, 95% será dividido pela quantidade de cotas e distribuído mensalmente aos cotistas.
A isso chamaremos de dividendos que, olha que coisa boa, são isentos de tributação para efeito de Imposto de Renda.
ATENÇÃO: a Lei estabelece que os FIIs distribuam os dividendos semestralmente, mas, na prática, o que temos visto são distribuições mensais por parte de praticamente todos os FIIs existentes no mercado Brasileiro.
Toda vez que o Fundo quiser crescer – e como ele não pode fazer dívida – fará uma nova emissão de cotas.
Os investidores daquele Fundo terão o direito de adquirir essas novas cotas com um desconto. Já o novo investidor deverá pagar o preço cheio da cota.
Legal, Edu, mas e o investidor?
Como eu disse no começo deste texto, o investidor que quiser adquirir cotas de Fundos Imobiliários para poupar e receber dividendos só terá que digitar o código do FII de sua preferência no Home Broker ou na plataforma gráfica (Profitchart, Tryd, Metatrader, etc.) que o investimento entrará em sua custódia e, a partir do mês seguinte ao investimento, passará a receber dividendos mensais enquanto aquele Fundo existir e estiver tendo receita com aluguel de imóveis.
Qual o rendimento de um Fundo Imobiliário
Não podemos perder de vista que o investimento em fundos imobiliários é renda variável e, por isso mesmo, não é possível prometer um rendimento mensal exato e específico todos os meses.
O preço da cota varia conforme a demanda dos investidores, variações na taxa de juros (lembre-se que os imóveis têm receita de aluguel, e esse aluguel será corrigido por alguma taxa), melhorias nos imóveis e alterações urbanas nos arredores dos imóveis.
Além disso, os inquilinos não ficarão lá para sempre. Existem inquilinos que vão embora, outros que ampliam a área locada e assim por diante.
Se o FII for de, por exemplo, Shopping Center, o aluguel pago pelos inquilinos do Shopping terá uma parte variável ligada às vendas. Isso significa que, em datas como Dia das Mães, Natal e Dia das Crianças, os aluguéis recebidos serão maiores.
Então, de uma forma geral, os rendimentos na forma de dividendos podem variar bastante, indo desde zero (imagine um FII com um único imóvel e este imóvel ficou vazio) até pouco mais de 1% ao mês sobre o valor da cota.
Por isso, o investidor consciente irá se proteger dessas variações investindo em uma carteira de FIIs, e não apenas em um ou dois fundos.
Valor mínimo para investir em fundos Imobiliários
Ao contrário do investimento em Ações, os Fundos Imobiliários não têm cota fracionada. A quantidade mínima que se pode comprar de um FII é uma (01) cota.
Os valores, claro, variam bastante, indo desde R$ 0,54 – cotação do CARE11 – um FII de cemitério (não, eu não estou brincando) em abril/2021 até R$ 2.755,55 – cotação do PQDP11 – um FII de shoppings na mesma data.
Esses são extremos. Mas, na média, a maioria dos FIIs tem cotas entre R$ 100,00 e R$ 150,00 – valor que está ao alcance da maioria dos investidores.
Tipos de Fundos Imobiliários disponíveis no mercado
Os FIIs costumam agrupar imóveis de mesma natureza, o que facilita a gestão dos imóveis porque aproveitam-se as sinergias.
Dessa forma, existem fundos imobiliários especializados, por exemplo, em hospitais, escolas, galpões logísticos, hotéis, lages corporativas, shoppings e outros.
Por isso, é mais fácil categorizá-los por suas características principais. Assim, existem basicamente três tipos de FIIs.
Fundos de Tijolo
Investem em prédios físicos, sejam eles residências, edifícios, galpões, torres de escritórios, escolas, hospitais e até cemitérios.
A principal garantia desses fundos são os próprios imóveis que o FII possui. Se tudo der errado – o que é altamente improvável –, os prédios ainda estarão lá para serem vendidos e o dinheiro voltará para as mãos dos cotistas.
Fundos de papel
Esses fundos investem em CRIs – Certificados de Recebíveis Imobiliários e outros títulos de dívida imobiliária. São basicamente Fundos de Renda Fixa e seu risco estará ligado ao risco de calote dos emissores das dívidas. Por isso, é importante saber quem são esses emissores antes de comprar um FII de Papel.
Nessa categoria, também poderão ser classificados os FOFs ou Fundos de Fundos. São FIIs que investem em outros FIIs.
Sim, você estará pagando duas vezes a taxa de administração, mas, por outro lado, terá a garantia de que o gestor está criando a melhor carteira de FIIs possível dentro de um único FII.
Fundos híbridos
Como o nome sugere, os Fundos Imobiliários híbridos são uma mistura dos anteriores. A vantagem desse tipo de fundo é a diversificação – qualquer problema que surja em um segmento poderá ser compensado por outro.
O problema desse tipo de fundo é que a gestão é um pouco mais complexa e, eventualmente, será mais custosa porque não haverá sinergias a serem aproveitadas pelo conjunto total dos investimentos do Fundo.
Mas para você, investidor, isso não afetará muita coisa.
Quais as vantagens em investir em Fundos Imobiliários
Diversificação
A primeira e mais nítida vantagem é poder diversificar seu investimento em imóveis de altíssima qualidade situados nas regiões mais nobres do país sem precisar de um caminhão de dinheiro para comprá-los.
Qualquer pessoa que tenha R$ 100,00 ou R$ 200,00 para investir poderá participar do lucro gerado por imóveis de alta qualidade.
Simplicidade
Outra vantagem é a facilidade. Depois de escolhidos os FIIs de sua preferência, basta ir até a sua plataforma ou home broker, clicar no botão de comprar e pronto – você já está participando imediatamente da renda gerada por dezenas de imóveis e centenas de inquilinos.
Renda passiva
A maior vantagem de todas está obviamente na renda passiva. Não, você não vai comprar Fundos Imobiliários para especular sobre as variações de preço como faz com o mini-índice ou minidólar.
Um FII até varia de preço, mas não é para isso que investimos neles. Eles serão a sua aposentadoria no futuro, a garantia de que, se tudo na sua vida der errado, terá de onde tirar o seu sustento.
Se você souber acumular e tiver um bom tempo pela frente (ou capacidade de aporte), em pouco mais de uma década, terá alcançado sua liberdade financeira, com os dividendos dos seus FIIs pagando todas as suas contas e ainda sobrando para continuar reinvestindo e aumentando cada vez mais a sua riqueza.
Como investir em Fundos Imobiliários? Cinco passos práticos
Quando desconhecemos algo, é bastante comum evitarmos fazer o que é necessário, postergando o início daquilo para uma data futura.
Por isso, e para que você já comece hoje mesmo a construir o seu futuro em renda passiva, descreverei aqui os cinco passos iniciais para você começar a investir em Fundos Imobiliários.
Vou assumir que você já abriu uma conta em uma corretora e já mandou dinheiro para lá. Se você não fez isso, faça agora mesmo – este é o passo zero.
1. Selecione os segmentos de FIIs que mais lhe interessam
Selecione os tipos de FIIs que mais lhe interessam, sabendo que cada um tem características específicas. Por exemplo, o segmento de shoppings, com a pandemia e todos os lockdowns, não vai muito bem.
Prédios de escritórios também não vão tão bem assim pelo mesmo motivo. Já o segmento de imóveis logísticos, como grandes armazéns, está bombando, justamente por causa da pandemia, pois, sem poder sair muito de casa, as compras pela internet dispararam e, portanto, as empresas de logística estão abarrotadas de serviço.
Dessa forma, escolha pelo menos quatro segmentos diferentes para começar a sua pesquisa para selecionar os FIIs que irão compor a sua carteira.
2. Escolha os FIIs mais interessantes dentro dos segmentos
Selecionados os quatro segmentos, é hora de escolher os FIIs propriamente ditos. Dentro de cada segmento, procure aqueles com as seguintes características:
- Multi-imóveis e multi-inquilinos (um prédio só com apenas 1 inquilino não dá muito certo).
- P/VP (preço dividido pelo valor patrimonial) o mais próximo possível de 1 (isso é possível achar nos sites especializados em FII).
- FIIs cujo vencimento médio dos contratos esteja mais distante ou que os vencimentos estejam bem distribuídos no tempo (já pensou se todos os contratos vencem daqui a 3 meses e ninguém quiser renovar?).
- FIIs que possuam histórico de novas emissões (significa que o FII costuma investir no próprio crescimento).
3. Diversifique
Diversifique. Lembre-se que, quando a pandemia acabar, tudo voltará ao normal. Então, procure escolher pelo menos uns 10 a 12 FIIs de categorias diferentes para que tenha uma carteira bem diversificada.
4. Distribua seu capital entre os FIIs
Compre os seus FIIs distribuindo seus aportes de maneira proporcional. Por exemplo, se você tem R$ 1.000,00 para aportar e sua carteira tiver 10 FIIs, coloque R$ 100,00 em cada um.
Claro que a conta nem sempre é redonda assim, mas você pegou a ideia – mantenha a proporcionalidade em valor financeiro entre seus Fundos.
5. Faça aportes mensais nos FIIs
Independentemente do valor das cotas, faça seus aportes todos os meses. Você não precisa aportar em todos os seus FIIs.
Escolha um ou dois e faça os aportes daquele mês. Tenha isso como uma obrigação, como se fosse uma prestação ou uma conta que você tenha que pagar todos os meses.
6. Acompanhe seus investimentos
Coloque tudo em uma planilha, leia os relatórios emitidos pela empresa que faz a gestão de cada FII, procure vídeos no YouTube – sempre haverá alguém analisando um de seus FIIs.
7. Reinvista todos os dividendos recebidos
Este talvez seja o passo mais importante de todos, porque é ele que terá o poder de multiplicar exponencialmente seu dinheiro no tempo. Você precisa reinvestir todos os dividendos recebidos.
No começo, claro que serão apenas alguns centavos, mas não despreze isso. Se você fizer aportes constantes e, junto com o dinheiro dos aportes, colocar o dinheiro recebido pelos dividendos, seus aportes serão maiores e, em pouco tempo, estará comprando cada vez mais cotas.
Quando o valor recebido mensalmente sob a forma de dividendos for suficiente para comprar uma cota, a mágica acontece: seu dinheiro estará gerando dinheiro sozinho para você. Basta que você siga reaplicando seus dividendos.
Mas é claro que temos pressa para ficar financeiramente independente. Então, para acelerar um pouco o processo, continue reservando parte do seu dinheiro – aquele que você ganha com seu trabalho – e siga fazendo os aportes.
Você verá que, em poucos anos, estará recebendo uma boa quantia de dinheiro em renda passiva.
Como acompanhar a rentabilidade dos Fundos Imobiliários
Quem investe em Fundos Imobiliários não está muito preocupado com a rentabilidade das cotas. O foco aqui são os dividendos. Imagine que você comprou um imóvel e resolveu alugar para uma família. Como deve imaginar, o preço dos imóveis flutua muito pouco.
Agora, imagine que um avaliador de uma grande imobiliária chega para você e manifesta o desejo de comprar aquele seu imóvel com 15% de desconto. Em condições normais, certamente você nem pensaria em vender aquele imóvel. Você está interessado na renda que aquele imóvel proporciona através do aluguel mensal recebido.
Pois com os FIIs, o raciocínio é exatamente o mesmo. Se, porventura, o valor da cota cair e o FII for de excelente qualidade, você aproveita para comprar mais cotas porque elas estarão baratas e isso possibilitará comprar mais cotas dele, garantido um valor de dividendo maior a partir do mês seguinte.
Dito isso, para acompanhar tanto o valor das cotas como o valor dos dividendos recebidos, você poderá consultar diretamente o site do gestor de seu Fundo, ou buscar essas informações em sites como o Funds Explorer e o Status Invest.
Fundos Imobiliários mais rentáveis em 2021
Embora a rentabilidade da cota do Fundo não seja decisiva para uma estratégia de renda passiva no longo prazo, o mercado financeiro costuma medir a rentabilidade de tudo a partir de sua valorização.
Desse modo, os FIIs que acumularam maior rentabilidade de cotas – sem contar os dividendos – entre fevereiro e março de 2021 são os seguintes.
IRDM11
Este é um Fundo de Papel, ou seja, investe em títulos de crédito imobiliário. Apresentou uma rentabilidade no período de 11,37%.
DRITB11
FII especializado em lages corporativas acumulou, no período, uma rentabilidade de 10,29%.
BTLG11
Administrado pelo BTG Pactual, este Fundo Imobiliário está focado no segmento logístico e teve uma rentabilidade um pouco abaixo de 10%.
Quais foram os melhores Fundos Imobiliários em 2020
Aqui novamente há uma questão importante a ser discutida. Muitas pessoas pensam que o melhor Fundo Imobiliário é aquele que mais se valoriza em determinado período.
Mas não é porque um ativo se valoriza que será necessariamente bom.
O FAMB11B – conhecido como Torre Almirante – chegou, a partir de 2018, a valorizar-se 237%. O Fundo tinha tudo para ser bom – era um prédio que estava inteiramente alugado para a Petrobrás.
E aí você pensa: poxa, uma empresa daquele tamanho, Estatal, que nunca vai quebrar, é o inquilino dos sonhos.
Pois é, um dia a Petrobrás decidiu que iria se mudar dali. E o FII, que tinha um único prédio com um único inquilino, viu-se sem inquilino nenhum. Então, sua cota desvalorizou 67% até o gestor conseguir outros inquilinos para ocupar aquele lugar.
A lição que fica é que “melhor” nem sempre significa o mais rentável. Você tem que levar em conta a qualidade dos imóveis, a diversificação deles, a distribuição geográfica, etc. Então, vamos listar os FIIs de melhor qualidade, independentemente do valor das cotas.
Assim, no segmento de shoppings, temos o HGBS11, administrado pela Hedge Investments e que existe desde 2006, administrando 11 diferentes shoppings em São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Campinas e Santa Catarina.
No segmento logístico, um FII que gosto muito – e que tenho na minha carteira há anos – é o Rio Bravo Renda Logística – código de negociação SDIL11.
Seu portfólio de imóveis está distribuído por diversos segmentos como empresas de alimentação, petroquímica, metalúrgica e medicamentos.
A grande vantagem desse segmento é que os contratos de aluguel são de longa duração (10 anos), o que garante rentabilidade e tranquilidade por um longo período.
No segmento de lajes corporativas, o HGRE11 é disparado o queridinho da Bolsa. Administrado pela Hedging Griffo, é um dos maiores FIIs de lajes da Bolsa.
Esse fundo existe desde 2008 e tem R$ 1,9 bilhão em patrimônio e mais de 103 mil cotistas. O fundo possui participação em 21 imóveis em 6 cidades de 4 estados (São Paulo, Rio, Paraná e Rio Grande do Sul).
Fundos imobiliários que pagam dividendos mensais
Embora, como dissemos, a Lei determine que os FIIs distribuam dividendos apenas semestralmente; na prática, todos os Fundos pagam dividendos mensalmente.
Isso torna os Fundos extremamente interessantes e úteis para aqueles que pretendem construir uma carteira previdenciária utilizando os rendimentos no futuro como um complemento de renda ou, até mesmo, como sua principal fonte de renda quando decidir parar de trabalhar.
Risco de investir em Fundos Imobiliários
Como em qualquer tipo de investimento, sempre existirão riscos. No caso dos FIIs de tijolos, os riscos estarão ligados necessariamente a mudanças na região onde os imóveis estão localizados.
Por exemplo, um imóvel residencial poderá ser afetado se a Prefeitura decidir passar um viaduto elevado bem na janela dos primeiros andares do prédio, como aconteceu com os imóveis do minhocão em São Paulo nos anos 70.
Há também o risco de os inquilinos saírem do imóvel, reduzindo a receita em aluguéis. Se você tiver, por exemplo, um Fundo Imobiliário que tenha um prédio que esteja alugado para um único inquilino, estará se arriscando mais do que se o FII tiver dezenas de prédios, espalhados por diversas capitais do país, e com milhares de inquilinos.
As regras de reajustes de aluguel também podem apresentar algum risco. Durante a pandemia, o IGPM disparou e prejudicou diversos FIIs que tiveram que renegociar novos critérios de reajuste com seus inquilinos – até porque, se não o fizessem, poderiam ficar sem inquilinos.
A grande vantagem dos FIIs de tijolo é que é bem fácil de entender seu funcionamento. Praticamente tudo o que você pensa para um imóvel de sua propriedade valerá também para os imóveis de um Fundo Imobiliário.
Já os FIIs de papel terão seu risco atrelado à qualidade dos devedores. Como vimos, um FII de papel investe majoritariamente em CRIs. E CRIs são títulos de dívida. Assim, para você se certificar de que está tudo bem com o seu Fundo, vá até o site do administrador e veja quem são os devedores.
Um devedor como a AMBEV é provavelmente muito mais seguro do que uma empresa pequena que está começando no mercado.
Qual a melhor opção: investir em Fundos Imobiliários ou comprar imóveis?
Quando compramos imóveis, temos, já de saída, o problema da capacidade financeira. A menos que você tenha muitas dezenas de milhões de Reais, seu dinheiro não permitirá a você diversificar muito.
Por mais grana que você tenha, quantos imóveis diferentes você conseguirá comprar com seu dinheiro, respeitando as recomendações de distribuição geográfica e centenas de inquilinos.
Além disso, quando você compra um imóvel e aluga por conta própria, terá necessariamente que contar com os serviços de uma imobiliária, que cobrará um percentual sobre os aluguéis recebidos.
Fora isso, você ainda terá que pagar imposto de renda sobre os aluguéis recebidos e também terá que reservar uma parte do rendimento para realizar manutenções periódicas no imóvel, como pintar paredes, consertar vidraças e trocar o motor do portão automático.
Ah sim, tem também questão da liquidez. Se você precisar de dinheiro, terá que vender um imóvel inteiro – não é possível vender só uma parte de um imóvel. Quando se tem FIIs, basta vender algumas cotas e o seu investimento estará preservado em boa parte.
Além desses aspectos, há também a dor de cabeça de administrar tudo isso.
Assim, sem qualquer sombra de dúvidas, comprar cotas de Fundos Imobiliários apresenta inúmeras vantagens sobre a compra direta de imóveis, ficando esta reservada somente para grandes investidores ou para quem realmente goste das tarefas ligadas à gestão de imóveis.
Dúvidas frequentes sobre Fundos Imobiliários
Quanto rendem 1.000 reais em Fundos Imobiliários?
Como se trata de um ativo de renda variável, obviamente seria um erro falar em rendimento periódico quanto ao valor das cotas. É igual as ações – varia.
Mas, em relação aos dividendos pagos periodicamente, esses giram entre 0,5% e 1,0% ao mês, podendo ser um pouco mais ou um pouco menos dependendo do mercado.
Se, por exemplo, alguns inquilinos deixarem de pagar aluguéis – como ocorreu com os lojistas de shoppings durante a pandemia, o rendimento poderá ser menor.
Assim, tirando por base uma média de 0,6% de dividendos (fora a valorização das cotas), um investimento de R$ 1.000,00 em FIIs retornaria algo próximo a R$ 6,00 mensais já livres de imposto de renda.
Quanto estão rendendo os Fundos Imobiliários em 2021?
Para considerarmos o mercado de Fundos Imobiliários como um todo, devemos levar em consideração o índice que mede a evolução dos principais FIIs do mercado.
Aqui na B3, esse índice se chama IFIX (seria equivalente a um IBOV dos Fundos Imobiliários). Desde Janeiro de 2021 até Abril/2021, ele opera em queda de 1,09%.
Estamos vivendo um momento atípico que afetou o valor das cotas de todos os Fundos Imobiliários.
Antes da crise do Covid, no ano de 2019, o IFIX teve uma valorização de 35,86% e, desde 16/03/2020 – auge da crise, o IFIX já recuperou 51% do seu valor.
É preciso declarar FIIs no imposto de renda?
Assim como qualquer ativo ou Fundo de Investimento, sim é preciso declarar suas cotas e também os dividendos recebidos na sua declaração anual de imposto de renda.
Apesar de os rendimentos mensais serem isentos, no caso das vendas de cotas, ao contrário das Ações, não existem aquelas faixas de isenção e a alíquota é sempre 20% sobre o lucro.
Em compensação, na maioria das corretoras, esse formato de investimento também não paga taxa de corretagem.
Quais são os custos de investir em Fundos Imobiliários?
Como em muitas corretoras não há cobrança de taxas de corretagem, os custos limitam-se somente aos emolumentos da B3, que são cobrados a cada operação, seja de compra, seja de venda.
A Taxa Selic impacta os Fundos Imobiliários?
A taxa Selic tem uma importância fundamental na variação do preço dos FIIs. Isso acontece porque os aluguéis cobrados dos inquilinos estão atrelados ao IGPM ou ao IPCA e tudo isso tem relação com a taxa básica de juros da economia.
Além disso, a Selic funciona como uma taxa de desconto para todos os investimentos em uma economia e os aluguéis dos fundos imobiliários ficam mais ou menos atrativos dependendo do patamar da taxa.
BÔNUS: dicas de como escolher Fundos Imobiliários
Identifique seu perfil de investidor
Entenda como seu perfil de investidor se encaixa na construção de uma carteira de Fundos Imobiliários.
Tenha em mente que você não conseguirá grandes valorizações nos FIIs da mesma maneira que consegue com as ações.
Os FIIs são bem menos voláteis que as Ações e estão em uma categoria mais conservadora de renda variável.
Mas seu perfil também irá mudar com a idade. Aos 80 anos, você será bem mais conservador do que é com 20 ou 30.
Então, os FIIs são para aqueles que buscam segurança e estabilidade, mesmo dentro da renda variável.
Conheça o administrador de seu FII
Um administrador experiente, com diversos Fundos e boa gestão reconhecida deve ser sempre levado em conta na escolha de um FII. Por mais que seja tentador, um FII novo, administrado por uma empresa sem história, pode ser algo bastante arriscado.
Não tenha pressa. Existem centenas de ótimos FIIs no mercado. Lembre-se que você quer segurança, estabilidade e consistência no pagamento de dividendos. Então, procure um gestor que tenha mostrado isso em seu passado recente.
Liquidez
De nada adianta um Fundo Imobiliário ser lindo e maravilhoso se só tiver meia dúzia de cotistas e nenhuma liquidez. Um dos grandes atrativos do mercado de FIIs é justamente a liquidez.
A qualquer momento que você precisar de dinheiro, poderá tranquilamente vender algumas de suas cotas e colocar o dinheiro no bolso rapidamente.
Não entre em FIIs de uma única emissão
Os Fundos Imobiliários bem geridos são feitos para crescer. E como pela Lei um FII não pode fazer dívida, ele só conseguirá comprar novos imóveis se captar mais dinheiro emitindo novas cotas.
Procure por FIIs que tenham, em sua história recente, no mínimo duas emissões (se tiver mais, melhor).
Consulte as informações disponíveis sobre o Fundo Imobiliário em sites provedores de informações, como o Funds Explorer e o Status Invest.
Recapitulando sobre Fundos Imobiliários
Agora você já sabe bastante sobre Fundos Imobiliários.
Está ciente que são uma forma de se adquirir excelentes imóveis nos endereços mais nobres do Brasil, que você pode participar da renda de aluguéis desses imóveis e que a construção de uma carteira de FIIs com aportes mensais e reinvestimento dos dividendos poderá, dentro de pouco mais de uma década, levar você à liberdade financeira, recebendo um complemento de renda – ou eventualmente muito mais do que isso – todos os meses.
Para compor a sua carteira, você deve escolher gestores de qualidade comprovada e Fundos que sejam multi-multi-multi, ou seja, multi-região, multi-imóveis e multi-inquilinos.
Fazendo isso, você estará garantindo um excelente futuro e deixará para os seus filhos uma renda mensal perene. Afinal, você não vai trabalhar o resto da vida. Chegará o momento de usufruir de seu patrimônio e os Fundos Imobiliários são uma excelente alternativa de investimento para esse objetivo. Viu como no FIIs fazem sentido para o trader?
Para se aprofundar em tudo que envolve o universo trader, não deixe de conhecer o Plano TNT.
Até o próximo post!