Análise Fundamentalista: aprenda de forma simplificada
A Análise Fundamentalista é uma ferramenta muito importante para a tomada de decisão do investidor. Entenda a diferença para a Análise Técnica e os principais indicadores na visão do economista Augusto Andréa.
O que vamos discutir neste post?
- O que é uma Análise Fundamentalista?
- Como funciona a Análise de Fundamentos?
- Diferenças entre Análise Fundamentalista x Análise Técnica
- Diferenças entre Análise Quantitativa x Análise Qualitativa
- Quais são as abordagens da Análise Fundamentalista
- Conheça os principais indicadores da Análise Fundamentalista
- Análise Fundamentalista e os indicadores econômicos
- Como fazer uma Análise Fundamentalista?
- Vantagens da Análise Fundamentalista
- Riscos da Análise Fundamentalista
- Principais Livros e Cursos sobre Análise Fundamentalista
- Conclusão: Análise Fundamentalista vale a pena?
O que é uma Análise Fundamentalista?
Análise Fundamentalista é o estudo da capacidade financeira de uma empresa e de suas perspectivas, sem deixar de fora o contexto em que essa companhia se encontra dentro do seu setor e do ambiente macroeconômico. Dessa forma, é possível medir se uma ação está barata para ser comprada.
Esse tipo de análise leva em conta os principais fundamentos econômicos e financeiros de uma empresa, como seu lucro, dívida, fluxo de caixa, rentabilidade, entre outros.
Observe então que a Análise Fundamentalista leva em consideração alguns aspectos para a melhor tomada de decisão:
- Análise da empresa;
- Análise do setor em que a empresa atua;
- Análise da economia do ambiente em que a empresa está inserida.
Os analistas fundamentalistas costumam buscar informações de diversas fontes para montar suas teses de investimento, incluindo demonstrações financeiras (Balanço Patrimonial, DRE, DFC, entre outras), relatórios de resultados e de mercado, publicações especializadas, e afins.
Claro que cada um desses tópicos pode ser extremamente profundo, mas também é possível fazer uma análise simplificada utilizando alguns indicadores que podem lhe dar um norte em relação a cada um dos pontos colocados.
Ao final, a ideia é que a Análise Fundamentalista seja capaz de responder ao investidor se uma ação está atrativa para ser comprada ou não.
Por meio dessa ferramenta, é possível buscar um determinado “preço justo” para a ação, mas também fazer uma análise de atratividade.
Pronto para melhorar suas operações? Comece nossos cursos gratuitos!
Acessar Área AprendaComo funciona a Análise de Fundamentos?
Dentro da Análise de Fundamentos, é possível utilizar instrumentos para avaliar a empresa, o setor em que atua e o cenário econômico.
Esses instrumentos buscam responder se a empresa tem bons fundamentos, qual o horizonte de investimentos da empresa, se o preço de sua ação está atrativo perante outras empresas do seu setor e como o setor se encontra dentro das perspectivas de crescimento da economia em que atua.
Para quem é indicado a Análise fundamentalista?
A Análise Fundamentalista é indicada para quem tem paciência, em primeiro lugar. Isso é importante ser dito, pois os fundamentos de uma empresa são atualizados de modo geral a cada 3 meses, através do resultado trimestral. Assim, é possível que novas informações só possam ser trabalhadas trimestralmente.
Outro ponto importante a ser dito é que o trader fundamentalista está em busca do valor real de uma empresa no longo prazo. Digo a longo prazo, pois esse tipo de análise trabalha com as perspectivas de crescimento, além dos balancetes atuais.
Como o viés de longo prazo é mais evidente nesse tipo de análise, os investidores costumam ficar por longos períodos nas suas posições, dada a ideia de serem sócios da empresa e não somente especuladores.
Como a análise ajuda na tomada de decisão dos investidores?
Dado que, através da análise fundamentalista, será possível medir a atratividade da empresa, a ajuda na tomada de decisão é total.
É possível que o investidor só utilize fundamentos para fazer uma compra de uma ação, por exemplo.
Em tese, essa análise pode ser utilizada sozinha, sem auxílio de qualquer outra, como a técnica, por exemplo.
Quanto mais objetiva for a análise, mais fácil será a tomada de decisão para o investidor que está no início do aprendizado.
Dessa forma, buscar gatilhos com pouca subjetividade é um primeiro passo.
Ao longo do tempo, com o aprofundamento da Análise Fundamentalista, o investidor verá que ela pode ser tão complexa quanto possível, fazendo com que este tenha que evitar sempre a subjetividade para facilitar a sua tomada de decisão.
Diferenças entre Análise Fundamentalista x Análise Técnica
É bem possível que você já tenha escutado sobre a Análise Técnica; aliás, vários artigos do Blog do Portal do Trader falam sobre o assunto. Aqui, deixarei um vídeo do nosso professor Marcos Moore para que você entenda do que estamos falando:
Leia também sobre:
Análise Técnica: o segredo dos grandes traders
5 setups de Análise Técnica para Swing Trade
Essas duas análises são as principais abordagens utilizadas pelo investidor para a sua tomada de decisão.
Apesar de serem análises que possam se complementar, muitos investidores gostam de criar uma falsa rivalidade entre ambas, como se houvesse possibilidade de se utilizar somente uma delas para se tirar boas decisões de investimentos.
Por exemplo, uma possibilidade de se aliar as duas análises é filtrar as ações que estejam com boas perspectivas de crescimento no longo prazo através da Análise Fundamentalista, mas escolher o melhor momento para se entrar na ação por meio da Análise Técnica.
Claro que, se você está fazendo uma operação extremamente curta, um Day Trade por exemplo, é muito provável que a Análise Fundamentalista não esteja sendo a ferramenta utilizada, visto que tem seu foco no longo prazo.
Vamos às principais diferenças:
Diferenças entre Análise Quantitativa x Análise Qualitativa
Antes de tudo, vamos entender a definição desses dois tipos de análise.
Na análise quantitativa, falaremos em análise de números, e em tudo que podemos medir através deles.
Na análise qualitativa, estaremos medindo aspectos mais subjetivos da empresa, que não são possíveis de verificar somente com números.
Aqui o desafio é maior para se analisar a empresa. Nesse caso, estar bem informado sobre os fatos relevantes é crucial.
Na quantitativa, falaremos de múltiplos das empresas, crescimento de receitas, demonstrativos de resultado, crescimento do setor e da economia em que a empresa se encontra, etc.
Por exemplo: analisar a evolução do lucro líquido da empresa e sua relação com a gestão de custos da empresa ao longo dos anos, entender a alavancagem da companhia, seu perfil de dívida e etc.
Na qualitativa, mediremos governança corporativa, marca, capacidade do CEO de transformar a equipe e de trazer resultados de longo prazo, etc.
Consegue perceber a diferença na subjetividade entre ambas?
Veja que as duas análises estão inseridas na Análise Fundamentalista e ambas têm capacidade de influenciar o resultado da empresa no longo prazo.
Quais são as abordagens da Análise Fundamentalista?
Como comentamos anteriormente, esse tipo de análise leva em conta a empresa, o setor em que ela se encontra e o ciclo econômico ou economia em que está inserida. É neste tópico que vale comentarmos quais os caminhos para se processar o método.
Não existe uma forma certa ou errada de se fazer esse processo. É uma questão de preferência do analista.
Top Down
Top Down é o que chamamos de análise de “cima para baixo”.
Isso quer dizer que o primeiro ponto a ser analisado é o ponto mais externo, ou seja, o ambiente macroeconômico em que a empresa está inserida até o ambiente mais micro.
Dessa forma, temos o seguinte caminho:
Observe que inflação, PIB, juros e câmbio são analisados antes do balancete da empresa.
Bottom Up
Bottom Up é o que chamamos de análise de “baixo para cima”.
Isso quer dizer que o primeiro ponto a ser analisado é interno, ou seja, o ambiente micro vem antes do ambiente macro.
O caminho é o contrário do Top Down:
E veja que os números da empresa serão analisados antes dos números macro.
Conheça os principais indicadores da Análise Fundamentalista
Dentro da Análise Fundamentalista, existem formas de se buscar entender o preço das ações, o seu preço justo e a percepção de valorização/desvalorização de uma empresa.
Uma delas é a análise de múltiplos. Uma grande vantagem dessa abordagem é a simplicidade de entender e a facilidade de se conseguir ter acesso aos dados.
Apesar da possibilidade de se analisar todas as ações com as mesmas métricas, essa abordagem ganha potência quando comparamos empresas de um mesmo setor sob as mesmas métricas.
Vamos abordar alguns dos principais múltiplos utilizados para a tomada de decisão.
PL (Preço/Lucro)
Este é um dos múltiplos mais simples e incompreendidos pelas pessoas.
P/L é o preço da ação pelo lucro da ação. De certa forma, seria uma maneira de calcular em quantos anos a ação retornaria o dinheiro investido caso a empresa tivesse o mesmo lucro dos últimos 12 meses.
Como calcular o P/L:
(preço da ação no momento atual) / (lucro líquido da empresa nos últimos 12 meses por ação).
Vale lembrar que só esse filtro poderia não ser suficiente para ter uma boa análise da empresa, principalmente porque estamos medindo dados do passado (olhamos os 12 meses de lucro que se passaram).
Exemplo: é possível que uma empresa tenha tido lucros excelentes nos últimos 12 meses, e o seu P/L atual aparente ser atrativo, com um número abaixo de 10, por exemplo.
No entanto, em uma segunda análise, espera-se que a empresa tenha prejuízo nos próximos 12 meses ou um lucro bem abaixo do que passou.
Ou seja, o P/L abaixo de 10 poderia estar "enganando" a análise.
P/VPA (Preço / Valor Patrimonial)
Assim como o P/L, podemos dizer que esse é um dos múltiplos mais simples. P/L e P/VPA são sempre os mais citados!
P/VPA é o preço da ação dividido pelo seu valor patrimonial.
De certa maneira, esse indicador informa quanto o mercado está disposto a pagar pelo patrimônio líquido da empresa.
Como calcular o P/VP:
(preço da ação no momento atual x quantidade de ações) / (patrimônio líquido da empresa no último balanço patrimonial).
Como no caso do P/L e de todos os outros múltiplos, estamos lidando com dados no passado (já publicados), e não com expectativas à frente, então tome sempre muito cuidado com a possibilidade de P/VP estar lhe "enganando".
DY (Dividend Yield)
Dividend Yield é um múltiplo fundamental para quem busca empresas pagadoras de dividendos.
Geralmente, as empresas que possuem Dividend Yield alto já são consolidadas, não tem muito mais investimentos para fazer, e dessa forma, costumam distribuir a maior parte do seus resultados.
Os setores mais comumente lembrados são bancos e energia elétrica.
Dividend Yield é o dividendo pago por ação dividido pelo preço da ação.
Como calcular o Dividend Yield:
(pagamento de todos os eventos de dividendos nos últimos 12 meses por ação) / (preço da ação).
EBITDA
Ebitda é uma sigla em inglês que significa Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que nada mais é do que Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, também chamado de Lajida.
Esse indicador é importante porque representa o resultado que a empresa teve em um determinado período. Quando se retiram juros, impostos, depreciação e amortização, conseguimos ter um resultado mais limpo, evidenciando o resultado operacional da companhia.
Uma métrica muito utilizada com o Ebitda é o EV/Ebitda, que tem uma interpretação muito próxima do múltiplo P/L.
Geralmente, quando se faz uma análise por múltiplos, coloca-se um ou outro, pois podem dar informações muito parecidas.
Ainda assim, o EV/EBITDA acaba sendo mais completo, pois consegue entregar um número mais justo para comparação entre empresas de setores diferentes.
Isso acontece, pois o EV/EBITDA entrega um número que normaliza as estruturas de capital e tributação, além de eliminar os efeitos que não afetam o caixa da companhia.
E para quem gosta de comparar empresas nacionais e internacionais, este certamente é um múltiplo que pode ser utilizado.
EV/EBITDA é o valor da companhia (valor de mercado + dívida líquida) dividido pelo EBITDA (resultado operacional da empresa, sem deduzir juros, impostos, depreciação e amortização).
Como calcular o EV/EBITDA:
(preço da ação no momento atual x quantidade de ações + dívida líquida) / EBITDA.
ROIC (Retorno sobre Capital Investido)
Esse múltiplo mede a capacidade de retorno de uma empresa sobre o capital investido.
O ROIC traz informações bem relevantes sobre a capacidade de a empresa ter bons retornos dos investimentos feitos ou não.
ROIC é o EBIT subtraído de impostos, dividido pelo patrimônio líquido mais endividamento.
Como calcular o ROIC:
(EBIT - impostos) / (patrimônio líquido + endividamento).
Análise Fundamentalista e os indicadores econômicos
Nessa altura do artigo, já sabemos que os indicadores econômicos serão relevantes para a Análise Fundamentalista, principalmente para a análise macroeconômica em que a empresa está inserida.
Nesse sentido, vamos colocar os indicadores econômicos e os principais relatórios esperados no mercado financeiro, e que ajudarão na visualização da economia de forma mais objetiva.
Decisões do Fed (FOMC)
O Fed é o Banco Central Americano. É uma instituição que tem um mandato duplo para economia americana: meta de inflação e de crescimento.
Isso quer dizer que ele tem que zelar pela manutenção de uma inflação baixa, sem esquecer o crescimento da economia.
Como o Fed é o Banco Central da maior economia do mundo, qualquer decisão que tome acaba afetando todos os outros países. Por conta disso, é muito importante saber o que está acontecendo com a economia americana e como as decisões de política monetária adotadas por lá podem "respingar" na economia brasileira.
Uma das principais decisões são as reuniões do FOMC, que é quando os diretores do Fed decidem qual vai ser a taxa básica de juros a ser perseguida na economia americana.
Por que é importante acompanhar isso?
Qualquer que seja a decisão sobre a taxa de juros americana, irá nos atingir; seja uma subida ou uma descida.
Por exemplo: com a subida da taxa de juros americana, a diferença entre os juros brasileiro e americano fica menor, diminuindo marginalmente o incentivo ao investimento nos juros brasileiros, o que pode acarretar uma saída de dólares.
O contrário também é válido: uma redução da taxa de juros básica americana aumenta a diferença entre o juros doméstico e o internacional, trazendo maior atratividade para o capital estrangeiro se rentabilizar aqui.
Claro que isso é só um exemplo e diversos outros fatores podem influenciar na entrada e saída de dólares. Mas, se isolarmos todos os fatores, teremos que esse é um movimento que pode influenciar bastante a cotação do dólar perante o real brasileiro.
Payroll
Esse é o indicador que mede a folha de pagamentos não agrícolas nos Estados Unidos. A grosso modo é um dos indicadores de emprego divulgados sempre na primeira sexta-feira do mês.
Além da quantidade bruta de empregos criados, a taxa de desemprego e o ganho médio por hora trabalhada são divulgados.
Por que é importante acompanhar isso ?
A quantidade de empregos gerados e a taxa de desemprego são dados cruciais para ver se uma economia está aquecida ou não.
No caso, vale acompanhar a medida de emprego nos EUA porque, como comentamos anteriormente, qualquer movimento na maior economia do mundo nos atinge direta ou indiretamente.
Com o mundo cada vez mais globalizado, se a economia americana estiver muito aquecida, a tendência é que consiga influenciar positivamente outras economias em desenvolvimento.
O contrário também é válido, pois, em momentos de recessão nos EUA, é muito provável que o nosso PIB seja negativamente afetado.
IBC-Br
IBC-Br é o Índice de Atividade Econômica do Banco Central. Ele começou a ser divulgado em 2010 e tem periodicidade mensal. Desde então, é entendido como uma prévia do PIB (divulgado trimestralmente).
Ele é um indicador agregado de atividade econômica que consegue ter uma periodicidade menor que o PIB e que ajuda a ter uma ideia de como a economia brasileira está se desempenhando.
Claro que o resultado do PIB é muito mais completo que o IBC-Br, porém este último tem ajudado consideravelmente na análise dos cenários econômicos e no entendimento das políticas monetárias adotadas pelo Banco Central brasileiro.
IPCA
IPCA significa Índice de Preços ao Consumidor Amplo. É o índice mais relevante para medir a inflação ao consumidor da economia brasileira.
É de longe o principal indicador que os economistas têm em mente quando estão comentando sobre a inflação.
O Banco Central (BC) tem o mandato único de manutenção da inflação dentro da meta escolhida. Nesse caso, ele está sempre de olho no IPCA.
Se o indicador começa a acelerar, o principal remédio utilizado pelo BC é a subida da taxa básica de juros (Selic).
Dessa forma, a expectativa é que, com o mecanismo de transmissão da política monetária, diversos canais favoreçam a desaceleração da inflação.
Selic
É a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela baliza todos os juros praticados na economia.
Quanto maior for a taxa Selic, maiores tendem a ser os juros cobrado pelas diferentes modalidades de crédito; e, quanto mais alta for essa taxa, mais atrativo fica para os investidores pouparem o capital ao invés de gastar.
A Selic é o principal instrumento de controle utilizado pelo Banco Central para atingir a meta de inflação estipulada.
Se o governo sobe a taxa Selic, espera-se que haja uma queda na inflação entre 6 a 12 meses depois.
É uma taxa extremamente importante de ser acompanhada, pois tem a capacidade de impactar diversos canais de transmissão, como, por exemplo, crédito e câmbio, que posteriormente impactarão na inflação.
Como fazer uma Análise Fundamentalista?
Já vimos que uma Análise Fundamentalista tem vários fatores para serem levados em consideração e, se o investidor não adotar um método, vai acabar tornando o processo extremamente complexo e demorado.
1º Passo - Top Down ou Bottom Up
Já sabemos que a Análise Fundamentalista vai levar em consideração o ambiente macro, a análise setorial e a análise da empresa, mas temos que colocar uma ordem de organização.
Como visto anteriormente, duas possibilidades vão existir:
- Top Down (ambiente macro > Análise do Setor > Análise da Empresa);
- Bottom Up (Análise da Empresa > Análise Setorial > Ambiente macro).
Não há uma forma certa, é uma questão de preferência.
O ideal é que você siga uma das duas formas e não tente misturar as duas. Se seguir um dos processos, já começará bem!
2º Passo – Decisões Objetivas
Tente tornar suas decisões mais objetivas.
Exemplos de um movimento Bottom Up:
- Análise da Empresa: Gostou > Análise Setorial: Setor em Crescimento / Gostou > Análise Macro: Ambiente Propício > INVESTIR;
- Análise da Empresa: Não gostou > NÃO INVESTIR;
- Análise da Empresa: Gostou > Análise Setorial: Setor encolhendo / Não gostou > NÃO INVESTIR;
- Análise da Empresa: Gostou > Análise Setorial: Setor em Crescimento/ Gostou > Análise Macro: Situação ruim > NÃO INVESTIR.
Claro que esta é uma forma muito simplista. Podem existir casos em que você gosta da empresa e do setor que ela está inserida, mas está em dúvida quanto ao ambiente macroeconômico
Nesses casos, você pode investir um percentual menor do que se estivesse extremamente confiante.
3º Passo – Diversifique a Carteira e Revise periodicamente
O ideal é que você encontre algumas empresas que atendam seus critérios de seleção e não coloque todo o investimento em somente uma ou duas empresas. É super importante diversificar!
Busque ter pelo menos 10 ativos em carteira para que você tenha uma diversificação mínima. Procure ter um valor próximo em cada uma das ações. Não adianta você ter 10 papéis, mas 95% do dinheiro estar em somente um! Isso não é diversificação!
Se quiser entender melhor o impacto da diversificação no risco da sua carteira, aqui está um artigo sobre o assunto:
The Effect of Diversification on Risk: Financial Analysts Journal
Sempre busque revisar a sua carteira de tempos em tempos. Pelo menos uma vez ao ano. O que antes era atraente pode não ser mais.
Analisar uma vez e esquecer não é o ideal, pois vários parâmetros podem mudar ao longo do tempo.
Vantagens da Análise Fundamentalista
Abrangente e completa
Por trazer vários aspectos a serem estudados, a Análise Fundamentalista é abrangente e completa, trazendo robustez e segurança para o investidor na hora de investir o seu capital.
Pode ser simples ou profunda
A Análise Fundamentalista traz a possibilidade de ser simples em um primeiro momento e, ao longo do tempo, tornar-se mais profunda. Isso é super interessante, pois oferece sempre novas possibilidades para quem se torna um estudioso da área.
Busca por ações relativamente baratas
Uma outra vantagem é que o investidor pode encontrar ações que estejam relativamente “baratas” para se comprar, aproveitando uma grande oportunidade de investimento.
E o seu horizonte acaba sendo de longo prazo porque é possível que aquela ação “barata” só seja descoberta pelo mercado e venha a se valorizar um bom tempo depois.
Riscos da Análise Fundamentalista
Quando estamos falando de renda variável, sempre haverá riscos envolvidos de se perder o valor investido e é importante que o investidor parta do pressuposto de que ele não vai acertar todas as análises que fizer.
Se apegar apenas a uma ação
O risco mais evidente é um investidor se apegar a somente uma ação e acabar não vendo os pontos negativos da empresa e os motivos de suas ações não valorizarem.
Mas, se ele diversificar os papéis e seguir uma tomada de decisão com método bem desenvolvido, esse risco diminui consideravelmente.
Não esperar tempo suficiente para os resultados
Outro risco que pode existir é de o investidor acreditar que com essa análise ele pode ter resultados positivos sucessivos em tempos curtos.
É muito importante que o investidor entenda que essa análise pode demorar a dar retorno. Ou seja, se for uma pessoa muito impaciente, esse tipo de análise pode não ser a indicada para você.
Principais Livros e Cursos sobre Análise Fundamentalista
Livros
Existem alguns livros excelentes para se aprofundar na Análise Fundamentalista, entre eles, “O Investidor Inteligente”, de Benjamin Graham. Esse é o meu preferido!
Existem ainda outras ótimas opções de leitura:
- Avaliação de Investimentos, de Aswath Damodaran.
- Jeito Peter Lynch de Investir, do próprio Peter Lynch.
- Jeito Warren Buffett de Investir, de Robert Hagstrom.
Cursos
O melhor e mais completo curso para você aprender análise fundamentalista - e diversas outras - é o PLANO TNT, do Portal do Trader.
Trata-se do nosso principal produto, que conta com uma comunidade com milhares de traders comprometidos com seu sucesso profissional.
Existe um módulo específico sobre análise de fundamentos esperando por você lá dentro!
Assine já o Plano TNT, o mais completo treinamento para traders e investidores do mercado!
Conclusão: Análise Fundamentalista vale a pena?
Com certeza! Se o investidor está em busca de um método que analisa fundamentos de uma empresa dentro do contexto em que ela está inserida e busca retornos de longo prazo, esta certamente é uma análise a ser considerada!
O potencial que a renda variável possui é gigantesco, pois a rentabilidade almejada tem capacidade de ser muitas vezes superior àquela alcançada com renda fixa.
Claro que existem riscos a serem considerados, mas será por meio de uma capacidade de análise que o investidor conseguirá ter segurança para fazer as escolhas que podem ser transformadoras para multiplicação de capital.
E, certamente, a Análise Fundamentalista é uma das opções que mais fazem sentido para isso.
Lembre-se: juros compostos é uma das maravilhas da humanidade.
Estude, analise e faça valer o aprendizado para tomar as melhores decisões para sua carteira de investimentos.
Até o próximo post!