Break-even e Trailing Stop: Quando utilizar em sua Gestão de Risco?
Se você já tem algum tempo de mercado, certamente já sabe que não existe uma regra uníssona que se aplica em 100% das situações. Nada é tão simples (e felizmente também não é tão complexo a ponto de considerarmos impossível), e acredito que seja justamente isto que torna o mercado tão fascinante e democrático para os mais diferentes tipos de pessoas.
Partindo deste princípio, vou apresentar a seguir o meu ponto de vista sobre a utilização de “ trailing stop” e “break-even”, e que talvez não faça sentido para traders que operam o mercado de uma forma diferente de mim (sou basicamente focado em curtíssimo prazo). Mas, antes disso, o que é Trailing Stop e o que é Break-even?
Trailing Stop nada mais é que “progredir” o seu stop loss conforme a sua operação se desenvolve favoravelmente, seja na compra ou na venda. Esta progressão precisa ser necessariamente na mesma direção da operação, e nunca o contrário. Aliás, no caso oposto, se um sujeito entra numa operação e começa a deslocar (aumentar) o stop loss para evitar uma saída com perda, na esperança do movimento reverter e se tornar positivo, o nome para isso é suicídio, não trailing stop. Lembre-se que o stop loss dói no ego, mas preserva o bolso!
O critério para definir o deslocamento do trailing stop pode variar de acordo com a criatividade do trader, por exemplo: em função de uma média móvel, mínima ou fechamento do candle anterior, ou simplesmente uma quantidade de ticks (ou porcentagem) em relação à máxima/mínima. Sobre este último critério, vou dar um exemplo: suponhamos que eu tenha comprado uma ação a 14,00 e estabelecido um trailing stop de 0,50.
Isto significa que se a ação não subir a partir do momento que eu a comprei e acabar caindo até 13,50, meu stop loss será acionado, mas, por outro lado: se ela subir até 14,30, meu stop será de 0,50 para trás, ou seja, em 13,80; se a ação subir até 14,50, meu stop loss fica no ponto de entrada, ou seja, em 14,00; se a ação subir até 16,00, meu stop será em 15,50... e assim segue até que uma hora o stop seja acionado.
O trader pode, inclusive, optar por não ter um preço de saída e utilizar este método como único critério de saída da operação. Isto nada mais é do que uma tática dinâmica de gestão de risco, ideal para tirar proveito de movimentos tendenciais. A ideia surgiu para administrar posições em operações de longa duração, seguidoras de tendência e, neste contexto, é bastante comum um trader tomar vários stops pequenos (pequenas perdas e pequenos ganhos que se anulam) até “surfar” um grande movimento que compensaria as diversas operações pequenas.
Porém, embora muitas pessoas tentem adaptar a técnica para o curto prazo, acredito que já esteja claro que esta tática não funciona muito bem para operações muito curtas, pois é mais difícil o mercado engatar uma tendência intradiária sem antes oscilar indefinidamente. Logo, o trailing stop para day tradings curtos amarga muitas perdas com as oscilações bruscas comparadas ao range de oscilação de uma única sessão. Por isso, para os day traders de plantão, é melhor utilizar outra técnica: break-even.
Break-even (com variações entre “break even” ou “break-even”) consiste em mover o stop loss para o ponto de entrada sempre que a operação se desenvolve favoravelmente e atinge um ponto pré-estabelecido, seja na compra ou na venda. Por exemplo, suponhamos que eu tenha comprado uma ação a 25,00 com objetivo em 30,00, stop loss em 23,50 e break-even em 27,00. Isto significa que se a operação avançar e atingir 27,00 eu movo o meu stop para o ponto de entrada, desta forma, na pior das hipóteses, saio no zero a zero.
Não existe critério para definir o ponto de acionamento do break-even - pode ser na metade do caminho para o objetivo final da operação ou de acordo com um percentual/pontos/centavos pré-estabelecido. E ainda existem pequenas variações desta tática como: mover o stop loss para um preço ligeiramente melhor que o preço de entrada, para compensar os custos da operação; ou fazer uma realização parcial no preço em que o break-even é acionado.
A ideia é não deixar que uma operação parcialmente vencedora se transforme em uma operação perdedora e este método se aplica muito bem tanto para operações mais longas (swing e position trading), como para day trading.
Para concluir, é comum também ouvirmos termos como “auto-trainling” ou “auto-break-even” que consistem basicamente na execução automatizada destas táticas – disponível em diversas plataformas de operação.
Contudo, nenhuma destas duas técnicas se aplica com eficiência ao scalping trading (operações com o objetivo de buscar poucos pontos/centavos), pois os objetivos são pré-definidos e curtos demais para se considerar a movimentação de um stop loss durante a operação. Portanto, se você é um desses traders que almeja fazer operações curtíssimas utilizando Tape Reading (ou qualquer outra técnica), dificilmente vai conseguir encaixar estas táticas de gestão de risco na sua estratégia.
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Boas reflexões e a gente se vê no mercado!